PT quer Dilma mais alinhada com partidos de esquerda
Legenda também pede enfrentamento 'proativo' das acusações de corrupção
Para responder aos protestos contra a presidente, sigla fará mobilização social na posse, em 1º de janeiro
A Executiva Nacional do PT divulgou nesta segunda (3) resolução na qual pede que a legenda seja mais proativa "no enfrentamento das acusações de corrupção" e reivindica que a presidente Dilma Rousseff se alinhe mais com partidos de esquerda.
Os dois pontos se referem aos possíveis efeitos de novas revelações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga desvios de recursos públicos na Petrobras envolvendo principalmente partidos políticos da base governista (PT, PMDB e PP), construtoras e políticos.
A Folha apurou que, durante a reunião, petistas cobraram que o partido seja mais atuante no combate da corrupção e que divida com aliados a responsabilidade pelos escândalos.
As afirmações ocorreram na presença do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, suspeito de intermediar recursos desviados da estatal para o partido. Ele não se manifestou, segundo participantes.
O texto aponta que o PT "tem que retomar sua capacidade de fazer política cotidiana, sua independência frente ao Estado, e ser mais proativo no enfrentamento das acusações de corrupção, em especial no ambiente dos próximos meses, em que setores da direita vão continuar premiando delatores".
O trecho se refere ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e ao doleiro Alberto Youssef, que negociaram delações premiadas.
ATOS CONTRA DILMA
Numa resposta aos protestos que questionam a legitimidade da vitória de Dilma, a sigla prepara uma mobilização social para a posse da petista em 1º de janeiro, numa tentativa de reeditar a posse de Lula em 2002.
Para o partido, o pedido do PSDB para que fosse feita auditoria especial no resultado dos votos, diante de dúvidas levantadas na internet e também pelo resultado apertado, representa um golpe.
No encontro, petistas também defenderam candidatura própria para a Presidência da Câmara, em contraponto a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desafeto do Planalto.
Há quem defenda nome de fora da legenda para tentar derrotar o peemedebista.