Em fase 'paz e amor', Dilma encomenda festa de posse
Presidente convoca militantes do PT a organizarem evento para 1º de janeiro
Petista participou de encontro da sigla, que aprovou texto pedindo expulsão de envolvidos em casos de corrupção
A presidente Dilma Rousseff convocou os militantes do PT a organizar uma festa para sua posse, no dia 1º de janeiro, em Brasília.
Fazer um grande evento é uma das sugestões da cúpula petista para garantir a continuidade do clima que a elegeu, com participação de movimentos sociais. A iniciativa da presidente coincide com a estratégia da legenda para impedir que o baixo astral em meio às denúncias de corrupção na Petrobras contamine o início do novo governo.
Um dos temores é que disputas por cargos imobilizem a gestão e, por isso, dirigentes falam insistentemente na busca por apoio popular.
Dilma participou na sexta (28) do encontro nacional da sigla e de jantar oferecido por Camilo Santana, governador recém-eleito do Ceará.
Bem-humorada, exercitava o estilo "Dilminha paz e amor", mais natural ao antecessor, Lula. Comeu ostras com limão e, enquanto passeava entre as mesas e cadeiras na areia, cumprimentava lideranças regionais e tirava selfies --chegou a usar para a prática da moda a expressão "máquina do inferno", a mesma que costuma ser adotada pelo padrinho.
O presidente do PT, Rui Falcão, disse neste sábado (29), dia do fim do encontro, que o partido irá disputar espaço no governo com as siglas aliadas e partilhar o "protagonismo" com os movimentos sociais.
"Um governo de coalizão é um governo de disputa, não é um governo do PT, apenas. Ela [Dilma] é filiada ao PT, governa para todos, mas nós disputamos espaço como os outros partidos disputam."
Apesar das críticas à nomeação da equipe econômica, considerada "liberal", e à indicação de Kátia Abreu (PMDB-TO) para a Agricultura, Falcão minimizou a questão, dada como "encerrada" pelo comando da legenda.
Segundo petistas, o discurso de Dilma na sexta, comprometendo-se com a reforma política e medidas "sem choques" e "graduais" na economia, foi satisfatório.
Além de resolução política que pede acenos à esquerda, reforma política e regulação da mídia, o PT aprovou um texto sobre corrupção. Ele pede a expulsão de petistas comprovadamente envolvidos em corrupção e o afastamento dos delegados da Polícia Federal que elogiaram Aécio Neves (PSDB) e criticaram Dilma e Lula nas redes sociais.