Lava Jato não trará instabilidade política, afirma novo ministro
Para Pepe Vargas, Congresso expurgará quem for responsabilizado
Futuro articulador político do governo diz que o número de deputados envolvidos no caso é minoritário
Escalado pela presidente Dilma Rousseff para fazer a articulação com o Congresso, o novo titular da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, negou riscos de instabilidade política devido às investigações da Lava Jato e disse que o número de deputados envolvidos é minoritário.
"Se tiver 20 ou 30 [deputados cassados após a Lava Jato], é menos de 10%. Óbvio que não é um número pequeno, é ruim. Mas o Congresso tem todas as condições de expurgar das suas fileiras aqueles que tiverem responsabilização", disse Vargas à Folha.
Ele descartou risco de instabilidade política por causa das denúncias e afirmou que a única função do Planalto é dar condições para que a Polícia Federal e o Ministério Público investiguem.
Vargas disse ser cedo para apontar um favorito para a presidência da Câmara e que o governo "tem interesse em uma mesa diretora plural", que "tenha sintonia com o governo federal, mantendo a independência dos poderes".
Uma das principais agendas da Secretaria de Relações Institucionais para 2015, segundo ele, é a reforma política, promessa de Dilma durante a campanha eleitoral.
A nomeação de Pepe Vargas para o cargo é uma escolha pessoal da presidente.
Ele foi ministro do Desenvolvimento Agrário (2012-2014), cargo que deixou para concorrer à reeleição como deputado federal. Eleito, volta agora ao Executivo.
Natural de Nova Petrópolis (RS), Vargas é médico, casado, pai de duas filhas. Sua atuação política começou no movimento estudantil. Foi eleito vereador em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, e foi prefeito da cidade em dois mandatos (1996-2004). Também foi deputado estadual.