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Governo recua e regra de reajuste do mínimo é mantida
Irritada, Dilma mandou novo ministro do Planejamento divulgar que forma de cálculo vai continuar em 2016
Barbosa disse, ao tomar posse, que governo iria propor nova regra para valorização do salário mínimo
Depois de endurecer os benefícios trabalhistas e previdenciários e receber críticas de sindicalistas, a presidente Dilma Rousseff mandou sua equipe divulgar que será mantida a regra atual de correção do salário mínimo, que termina neste ano. Ela prevê a correção pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do ano anterior mais um aumento real equivalente ao crescimento do PIB de dois anos antes.
A decisão foi tomada depois de ela ler e não gostar das declarações de seu novo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, de que o governo iria enviar uma nova regra de reajuste do salário mínimo ao Congresso publicadas neste sábado (3).
Segundo assessores, Dilma ficou irritada por avaliar que as declarações do ministro poderiam ser vistas pelos sindicalistas como uma tentativa do governo de reduzir os aumentos do salário mínimo. A presidente quer evitar maiores atritos com as centrais sindicais, que já não gostaram das mudanças no seguro-desemprego, no abono salarial e no auxílio-doença, que tornaram mais rígidas as regras para a concessão.
No sábado pela manhã, ela determinou que Barbosa divulgasse uma nota, que foi distribuída no início da tarde. Nela, o ministro "esclarece que a proposta de valorização do salário mínimo a partir de 2016 seguirá a regra de reajuste atualmente vigente", acrescentando que "essa proposta requer um novo projeto de lei, que deverá ser enviado ao Congresso ao longo deste ano". A determinação da presidente foi repassada por ela da Base Naval de Aratu, na Bahia, onde descansa.
Na transmissão de cargo na sexta-feira (2), Barbosa havia afirmado: "Vamos propor uma nova regra para 2016 a 2019 ao Congresso nos próximos meses. Continuará a haver aumento real".