Painel
VERA MAGALHÃES folha.com/painel
Tabelinha de toga
A "migração" de José Antonio Dias Toffoli da Primeira para a Segunda Turma do STF --para presidir, a partir de maio, as discussões sobre os inquéritos contra políticos investigados na Operação Lava Jato-- foi uma articulação de membros da corte para evitar que Dilma Rousseff nomeasse um ministro para atuar no caso. A intenção foi evitar que o indicado à vaga de Joaquim Barbosa prometesse "matar no peito" o julgamento, que envolve políticos de proa da base aliada do governo.
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Memória A expressão "matar no peito" teria sido usada por Luiz Fux, antes de ser indicado para a corte, indicando que absolveria os réus do mensalão. Já ministro, Fux votou predominantemente pelas condenações.
Mentores Gilmar Mendes, o relator da Lava Jato, Teori Zavascki, e Toffoli foram os principais articuladores da "migração" na corte.
Prato feito De Toffoli à coluna, ao confirmar a mudança para o colegiado encarregado de analisar os inquéritos e, depois, processos sobre desvios na Petrobras: "Vou pegar esse marmitão".
Agora vai Para driblar a paralisia do STF devido à demora de Dilma em indicar o 11º ministro, o presidente Ricardo Lewandowski anunciará nesta quarta pauta intensiva de julgamentos de súmulas vinculantes e votos-vista.
Ou racha O STF deve analisar 30 processos que tiveram pedidos de vista, entre eles o que regulamenta pagamento de precatórios.
Boa vizinhança Aloizio Mercadante (Casa Civil) telefonou para o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), logo após o acordo para reajuste escalonado da tabela do Imposto de Renda para saudar o entendimento.
Pausa Aliados de Renan Calheiros (PMDB-AL) consideram apenas temporária a trégua dada pelo presidente do Senado com o acordo para a correção da tabela do IR.
Pago pra ver Parte da bancada do PMDB na Câmara diz que não votará a favor da manutenção do veto de Dilma, apesar do acordo. Deputados pretendem, ainda, incluir emenda para que o reajuste seja retroativo a janeiro, o que ampliaria os custos.
Não me... No encontro que teve com líderes no Senado na segunda-feira, Dilma Rousseff ouviu conselhos de Fernando Collor (PTB-AL) sobre como enfrentar a crise política que enfrenta.
... deixe só Collor --que renunciou à Presidência em 1992 para escapar do impeachment e é investigado na Lava Jato-- disse que a presidente deve procurar a oposição e não pode se isolar.
A conferir O Planalto classificou a vaia a Dilma nesta terça como fenômeno "paulista", e aposta que não se repetirá no Acre, no Rio e em Minas, para onde a presidente viaja nesta semana.
Fervura O PSDB decidiu por uma subida de tom gradual da defesa do impeachment de Dilma. A ideia é que as manifestações de domingo criem ambiente para que deputados da sigla passem a defender a medida em plenário e na CPI da Petrobras.
Estopim A confirmação do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco de que a campanha da petista em 2010 se serviu de recursos do esquema deu força a essa tese, ainda não abraçada por senadores e governadores tucanos.
Visita à Folha Leonardo Sica, presidente da Associação dos Advogados de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Luiz Périssé Duarte Junior, vice-presidente, Fernando Whitaker, diretor, e Reinaldo de Maria, assessor de imprensa.
tiroteio
"O tucano achou que fosse pitbull. Agrediu a presidente e incitou o confronto e a violência num momento grave da vida nacional."
DE ORLANDO SILVA (PC DO B-SP), deputado, sobre o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) ter dito ser contra o impeachment, mas a favor de Dilma "sangrar".
contraponto
Vai ter bolo
Depois de ser vaiada nesta terça-feira e discursar para um auditório semi-vazio, Dilma Rousseff foi abordada por Eduardo Suplicy na saída do evento. O secretário municipal cobrou resposta a seu pedido de audiência.
--Não é que eu não queira recebê-lo, é que o que você propõe não é possível agora --esquivou-se a petista.
Suplicy explicou que pede só a criação de um grupo de estudos sobre renda cidadã, e a presidente atalhou:
--Então vamos marcar para junho.
--Então antes do dia 21, que é meu aniversário.
--Vamos fazer dia 20. E com bolo! --encerrou Dilma.