Protestos tomam 24 capitais e Brasília
SP e Curitiba tiveram as maiores aglomerações, mas estimativa de público total cai a menos da metade de março
Atos reuniram 543 mil no país, segundo a PM; organizadores culpam chuva e desânimo por esvaziamento
Manifestantes foram às ruas novamente neste domingo (12) para protestar contra o governo Dilma (PT).
O número de participantes, porém, foi bem menor do que no primeiro protesto contra a petista, em 15 de março: cerca de 543 mil em 24 capitais e no Distrito Federal, segundo a Polícia Militar. No dia 15, segundo a PM, foram 1,7 milhão.
Em algumas capitais, organizadores culparam a chuva pelo esvaziamento, caso de Salvador, Belém, Manaus e Porto Alegre. Já em Macapá e em Boa Vista não houve atos.
No Rio, lideranças admitiram que falhas na organização, com cada grupo marcando um horário, confundiram os cerca de 20 mil manifestantes, segundo os organizadores. A PM não fez estimativas.
"As pessoas achavam que Dilma sofreria o impeachment logo depois. Como isso não aconteceu, elas desanimaram. É um imediatismo por conta da situação crítica que o Brasil está vivendo", disse a economista Maria Fernanda Gomes, 31, uma coordenadora do MBL do Rio.
Lideranças em Cuiabá criticaram o intervalo de quase um mês entre os protestos. "Não pode haver um hiato nas ações, o povo cansa e acaba desestimulado. Mas não vamos desistir", disse Alcimar Moretti, do Muda Brasil.
Além de Dilma e do ex-presidente Lula, Dias Toffoli, do STF, foi um dos alvos prediletos. No Rio e em Belém, faixas e gritos de guerra contra o ministro, que presidirá o julgamento de casos da Operação Lava Jato, foram destaques.
Em Copacabana, pessoas exibiam faixas dizendo que que tê-lo no julgamento significava "colocar a raposa para tomar conta do galinheiro". Ele foi advogado do PT.
Em Curitiba, cidade sede da Lava Jato, o engenheiro José Luiz Pellegrini exibia cartaz: "Curitiba te espera, Lula". "É o chefe da quadrilha. O [Sergio] Moro vai pegar ele", disse o engenheiro. Alusões ao juiz federal foram frequentes em várias cidades do país.
Já em Salvador, a estrela foi o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa. Um boneco gigante de Barbosa desfilou pelas ruas da capital baiana.
Como em outros protestos, foi grande a divergência entre os números da PM e os dos manifestantes. Em Cuiabá, a polícia calculou mais do que o dobro do total de pessoas estimado pelos organizadores: 3.000 contra 8.000.