Corrupção não era generalizada, diz delator
À CPI Mendonça Neto afirmou que desvios restringiam-se a três executivos de estatal
Delator da Operação Lava Jato, o acionista da Toyo Setal Augusto de Mendonça Neto afirmou à CPI da Petrobras nesta quinta (23) que a corrupção era "generalizada" nos contratos da diretoria de Serviços, à época comandada por Renato Duque.
Disse, porém, que ela não atingiu todos os empregados da Petrobras e que, até onde sabia, restringia-se a três ex-funcionários: Duque, o ex-gerente Pedro Barusco e o ex-diretor Paulo Roberto Costa.
"Dentro da diretoria de Serviços era generalizado (...) Agora, que isso aconteceu dentro da companhia como um todo, isso não", afirmou.
Apesar de afirmar ter pago cerca de R$ 100 milhões para duas diretorias, Mendonça Neto defendeu a estatal: "Tive participação longa na Petrobras e o único contato que tive de corrupção foi com essas três pessoas".
O executivo confirmou ter se encontrado cerca de dez vezes com o então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto e disse que Duque o orientou a procurá-lo para pagar propina por meio de doações ao PT.
O executivo afirmou ainda que acertou doações com Vaccari em 2008, quando ele não era o tesoureiro, sem mencionar se foi orientado por Duque, e que doou à sigla R$ 4 milhões entre 2008 e 2011.
Mendonça Neto disse que nunca foi ameaçado por Vaccari em relação à execução dos contratos com a estatal.
Ele afirmou ainda ter tido encontros com o ex-ministro José Dirceu, com o ex-presidente Lula e com a presidente Dilma Rousseff, nos quais, segundo ele, tratou de assuntos da área de petróleo.