Eduardo Cunha acusa procurador Janot de violar sigilo de deputada
Suspeito, o presidente da Câmara é investigado pela Procuradoria
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusou nesta segunda (11) o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de violar o direito dos congressistas de manter sob sigilo suas fontes de informação.
Suspeito de ser o autor de requerimentos usados para achacar fornecedores da Petrobras, Cunha disse que Janot invadiu "a prerrogativa do mandato" da ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), sua correligionária que assinou os papeis em 2011.
Como revelou a Folha em abril, o nome "dep. Eduardo Cunha" figura nos registros eletrônicos da Câmara como autor dos arquivos em que foram redigidos os requerimentos assinados por Solange.
Cunha ficou contrariado com a diligência da Procuradoria na Câmara --feita com autorização do ministro Teori Zavascki, do Supremo-- para coletar o material.
"Isso é uma invasão da prerrogativa do mandato dela. Todo parlamentar tem o direito e não é obrigado a declarar suas fontes. Igual a vocês da imprensa [...]: artigo 53, parágrafo 6º da Constituição", disse, em referência ao artigo que trata da inviolabilidade dos congressistas por suas palavras, opiniões e votos.
Antes, Cunha chegou a levantar a suspeita de ter havido complô de funcionários da Câmara para incriminá-lo. Ele demitiu o chefe do setor de informática e determinou uma investigação interna.
Nesta segunda, mais cedo, Janot negou que trate acusados de forma diferenciada. Ele respondia a outra acusação de Cunha: a de que era investigado por uma "querela pessoal".