Ex-ministro Edison Lobão é investigado no Supremo
Senador é suspeito de ser sócio oculto de firma nas Ilhas Cayman
Advogado nega que o peemedebista tenha relação com a empresa; caso está nas mãos do ministro Barroso
O senador Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia, é alvo de investigação do STF (Supremo Tribunal Federal) por suspeita de lavagem de dinheiro e ocultação de bens.
O processo teve início na Justiça Federal de São Paulo, mas foi encaminhado ao Supremo, uma vez que o senador tem foro privilegiado.
De acordo com o jornal "O Estado de S. Paulo", que revelou o caso, Lobão é suspeito de ser sócio oculto da holding Diamond Mountain, grupo sediado nas Ilhas Cayman, responsável por captar recursos de fundos de pensão, de empresas que recebem dinheiro de bancos públicos, como o BNDES, e de fornecedores da Petrobras.
A defesa de Lobão nega que ele tenha relação com a firma, mas admite que, em 2 de junho de 2011, o peemedebista recebeu no ministério um executivo da holding, Marcos Henrique da Costa.
O encontro, segundo o advogado de Lobão, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, tratou de investimentos do grupo no país.
Também estaria presente o advogado maranhense Márcio Coutinho, articulador político da campanha do filho do senador, Edison Lobão Filho (PMDB), a governador do Maranhão em 2014. Segundo o jornal, o senador seria representado na holding por Coutinho.
Costa é alvo das investigações da Justiça Federal, assim como Luiz Alberto Meiches, oficialmente responsáveis pela holding no país.
No Supremo, o processo está em fase de pré-inquérito. Caberá ao ministro Luís Roberto Barroso definir se abrirá inquérito para apurar o envolvimento de Lobão no caso.
O senador já é alvo de um outro inquérito do STF por suposto envolvimento com o esquema de corrupção investigado na Operação Lava Jato. A abertura, neste caso, foi autorizada em março pelo ministro Teori Zavascki.
OUTRO LADO
Kakay nega que Lobão seja sócio da empresa e sustenta que Coutinho é amigo pessoal de Lobão.
Em nota, os sócios da Diamond Mountain dizem que o grupo não tem "nenhuma relação com o senador" e que seus advogados não foram citados. "Não há sociedade formal nem oculta entre a empresa e o político", afirmam.
A nota diz ainda que Lobão recebeu executivos da empresa para tratar de linhas de crédito a fornecedores da Petrobras e que os recursos do fundo de crédito criado vinham de investidores privados.