Petrolão
PF investiga ameaças contra ministro que conduz inquéritos
Supremo identificou autor de mensagem com ofensas e pediu à polícia para apurar motivação das ameaças
Procurador-geral da República teve a segurança reforçada depois que sua casa em Brasília foi arrombada
Relator dos inquéritos sobre os políticos suspeitos de envolvimento com o esquema de corrupção descoberto pela Operação Lava Jato na Petrobras, o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki sofreu ameaças há aproximadamente um mês.
A intimidação ocorreu em mensagem enviada por e-mail. A equipe de seguranças do Supremo identificou o autor do texto, cujo nome está sendo mantido em sigilo, e enviou um relatório à Polícia Federal. O caso foi encaminhado diretamente ao diretor-geral, Leandro Daiello.
A PF está investigando o ocorrido e, no primeiro momento, tenta saber a motivação do responsável pela mensagem. O inquérito ficará a cargo da Superintendência da PF no Distrito Federal.
No e-mail, o emissor usa palavras para constranger e ofender o ministro. O texto, no entanto, não faz referência à Lava Jato nem a nenhum outro processo específico.
Como relator dos inquéritos sobre políticos, Zavascki conduz investigações sobre 51 pessoas no Supremo, incluindo os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Procurado, o STF informou por meio de sua assessoria de imprensa que não comentaria o episódio das ameaças. A assessoria destacou apenas que o tribunal monitora a segurança de todos os ministros da corte e que não há registros de riscos contra eles.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, passou por uma situação semelhante há cerca de três meses, poucos antes de apresentar ao STF os pedidos de abertura de inquérito para investigar os políticos.
O Ministério da Justiça informou o procurador, em fevereiro, que haviam sido detectados sinais de risco à sua integridade física. Desde então, a segurança permanente de Janot foi reforçada.
Um mês antes do alerta feito pelo Ministério da Justiça, a casa do procurador-geral em Brasília foi arrombada. Na ocasião, os bandidos levaram somente o controle remoto do portão eletrônico do imóvel.