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Dilma vai a casamento de filha de senador do PMDB, mas sai antes da festa
Presidente chegou acompanhada pelo ministro da Justiça; para justificar saída, disse: 'Amanhã tenho que andar de bicicleta'
Com a popularidade baixa e precisando do apoio do PMDB para aprovar projetos no Congresso, a presidente Dilma Rousseff foi na noite de sábado (20) à celebração do casamento da filha do senador Eunício Oliveira (CE), líder da bancada da sigla.
Acompanhada do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), Dilma chegou às 20h30, assistiu à cerimônia e saiu às 22h, antes de a festa começar. Indagada sobre o motivo de estar indo embora tão cedo, respondeu: "Amanhã eu tenho que andar de bicicleta".
De vestido preto rendado e colar de pérolas, a presidente aguardou o início da cerimônia numa sala reservada a autoridades, padrinhos e parentes dos noivos.
O evento, com mais de mil convidados, foi realizado na residência do senador, uma mansão no Lago Sul.
Estavam presentes o vice-presidente Michel Temer, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os ministros Joaquim Levy (Fazenda), Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia), o ex-presidente José Sarney, além de diversos deputados e senadores, como José Serra (PSDB-SP).
Os políticos comentavam a desenvoltura de Joaquim Levy, que circulou pelas mesas de convidados --segundo comentários, aparentemente em busca de votos para aprovar a desoneração da folha, última medida do ajuste fiscal.
Parte das autoridades usou carro oficial para ir à festa. Foi o caso do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes e da senadora Marta Suplicy (sem partido-SP).
INVASÃO
Na manhã deste domingo (21), integrantes do MST (Movimento Sem Terra) invadiram uma fazenda de Eunício no interior de Goiás. O peemedebista havia sido informado horas antes de que a propriedade seria ocupada.
Na noite anterior, enquanto o casamento ocorria, o senador chegou a avisar Mercadante do que iria ocorrer, segundo a Folha apurou. O ministro sinalizou que o governo tomaria providências.