Lula diz que se candidatará em 2018 'se for necessário'
Petista fez afirmação em entrevista a rádio mineira nesta sexta-feira (28)
Ex-presidente estreou série de viagens pelo país para tentar recuperar popularidade do PT e de Dilma
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta sexta-feira (28), que, "se for necessário", será candidato novamente nas eleições presidenciais de 2018.
A declaração foi feita em entrevista à "Rádio Itatiaia", em Montes Claros, no norte de Minas Gerais, onde Lula estreou uma série de viagens que pretende fazer pelo Brasil para tentar recuperar a popularidade do PT e da presidente Dilma Rousseff.
Questionado sobre ser candidato em 2018, disse: "Não posso dizer que sou, nem que não sou. Sinceramente, espero que tenha outras pessoas para serem candidatas".
"Agora, uma coisa pode ficar certa. Se a oposição pensa que vai ser candidata e que vai ganhar, que não vai ter disputa e que o PT está acabado, ela pode ficar certa do seguinte: se for necessário, eu vou para a disputa e vou trabalhar para que a oposição não ganhe as eleições".
É a primeira vez que Lula admite a possibilidade, já manifestada pela direção do PT.
Nesta sexta, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, minimizou a declaração "Lula tem dito duas coisas: 'não quero ser como Schumacher. Fez o que tinha que fazer, voltou e não teve uma pole position'. A outra é 'se ficarem me enchendo o saco, eu volto'".
CONFRONTO
Antes de um comício de Lula em um ato da CUT, em Belo Horizonte, militantes pró e contra o PT se confrontaram.
Isolados pela PM em um canteiro central da avenida Senhora do Carmo, em frente à casa de eventos onde o ato aconteceu, grupos como o Movimento Brasil Livre e o Vem pra Rua ensaiavam gritos de "Lula, ladrão" e seguravam placas de "Investiga TSE".
Do outro lado, na calçada, integrantes da CUT defendiam Lula com gritos de "guerreiro do povo brasileiro".
Uma manifestante atravessou a rua e chamou os petistas de "vagabundos". A PM usou spray de pimenta para dispersar a confusão.
Em outro momento, um militante petista foi golpeado com uma placa por uma mulher do grupo adversário.
Depois, ao discursar por 35 minutos, Lula pediu que os sindicalistas e militantes presentes defendessem o governo Dilma, mesmo que não concordassem com a política econômica da gestão. Mas também pediu que não se irritassem com manifestações.
"A única diferença que há entre nos é eles é que nos protestávamos para conquistar e eles protestam contra as nossas conquistas", afirmou.