Para agências, aprovar tributo é fundamental
O governo Dilma foi avisado nesta terça (22) que o Brasil corre o risco de perder o grau de investimento de mais duas agências de classificação de risco, Moody's e Fitch, se não der sinais concretos nos próximos dias de que aprovará seu novo pacote fiscal.
Segundo a Folha apurou, representantes da Fitch, que se reuniram em Brasília com o ministro Joaquim Levy (Fazenda), deixaram claro sua preocupação com a fragilidade política do governo, que pode inviabilizar a aprovação das medidas para garantir um superavit de 0,7% do PIB em 2016.
A equipe de Levy acredita que o ministro ganhou um voto de confiança da Fitch, que pode aguardar as negociações das próximas semanas.
Já em conversas com consultores políticos em Brasília, os representantes da Fitch saíram com a avaliação de que o governo terá enormes dificuldades para aprovar a CPMF.
A ordem dentro do Ministério da Fazenda é evitar a todo custo o novo rebaixamento, que aumentaria ainda mais as turbulências no mercado financeiro, pressionando ainda mais a cotação do dólar e as taxas de juros futuros, o que precipitaria o país numa crise ainda maior.
Em Nova York, Mauro Leos, responsável pela classificação da América Latina na agência Moody's, afirmou que, sem a recriação da CPMF, o "cenário fica muito ruim".
"Pode não ser a solução mais eficiente, mas parece ser a única solução."
O Brasil está no limite do grau de investimento na classificação da Moody's e dois acima no ranking elaborada pela Fitch.