PMDB filia Marta e prega ruptura com PT em SP
Líderes não defenderam, porém, pré-candidatura de ex-petista à prefeitura
Eduardo Cunha, alvo de mais um delator na Lava Jato, foi aclamado e propôs ruptura também com Dilma
Na filiação da senadora ex-petista Marta Suplicy ao PMDB, a cúpula do partido defendeu neste sábado (26) a ruptura com o PT em São Paulo e candidatura própria à prefeitura em 2016.
Em nenhum momento, porém, os peemedebistas – nem mesmo o presidente interino Michel Temer– lançaram publicamente Marta como pré-candidata. Aliados da senadora dizem que ela ficou contrariada com a omissão.
"Teremos candidato à prefeitura", disse o ministro Eduardo Braga (Minas e Energia). A afirmação foi endossada pelo vice-presidente do partido, Valdir Raupp (RO), para quem a presença de líderes nacionais é indício de que o PMDB romperá com Fernando Haddad.
Lutando pelo direito de concorrer, o secretário municipal Gabriel Chalita disse que o PMDB não tem dono.
Ao lado de Temer e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), Marta justificou a saída do PT por querer "um Brasil livre da corrupção".
Sem falar de eventual processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, ela disse que Temer, que preside o PMDB, tem "qualidades essenciais que este momento exige".
"Temer é um líder, conciliador, homem do diálogo", afirmou a senadora. "Eu me sinto à vontade, segura, sob tua presidência. Todos nós estamos com você, Michel."
RUPTURA NACIONAL
Cunha foi além da defesa da ruptura em São Paulo e insistiu no rompimento com o governo Dilma e candidatura própria à Presidência em 2018: "Chega de viver a reboque [do PT]. Time que não joga não tem torcida".
Os militantes presentes entoaram o grito de guerra "Marta e Michel para São Paulo e para o Brasil".
Cunha foi aclamado um dia depois de mais um delator da Operação Lava Jato, Fernando Soares, o Baiano, ter afirmado que o deputado recebeu propina, o que Cunha nega. "Não falo mais sobre Lava Jato", disse à Folha.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), também investigado na Lava Jato, disse que o "Brasil vive a maior crise política e econômica desde 1964".