Mulheres marcam presença nas cervejarias
Os sacos de malte de 50 quilos eram mais pesados que a própria Fernanda Ueno Marques, 27, quando ela começou a trabalhar na produção das cervejas da Colorado, em Ribeirão.
Nem por isso Fernanda desistiu. Ela faz parte de um grupo de mulheres que não só trabalham na administração das cervejarias da cidade, mas que também elaboram e executam as receitas das cervejas.
Formada em engenharia de alimentos, Fernanda decidiu ainda na faculdade que queria trabalhar em cervejarias artesanais.
"O trabalho é bem braçal. Carrego sacos de malte e lúpulo, e fico com as mãos cheias de calo depois de fazer a brassagem [cozimento do malte]", disse.
"E ninguém alivia porque sou mulher", completou a funcionária.
Ela trabalha com a gerente industrial e mestre cervejeira Bianca Franzini. A fabricante produz 150 mil litros mensais da cerveja Colorado.
Já Dalva Ali Mere, 57, trabalhou por quase 30 anos em bancos internacionais e disse que nunca imaginou que, ao se aposentar, abriria uma cervejaria.
"Começou com a vontade de fazer cerveja para a família e, de repente, virou um negócio", disse.
Com o marido, que é médico e empresário, e o filho, administrador de empresas, Dalva montou a Lund que, hoje, é comandada por ela. "Até hoje as pessoas ainda estranham quando me veem à frente da cervejaria. Mas esse preconceito não é nada perto do que sofri quando assumi cargos importantes nos bancos", lembra Dalva.