Dárcy cobra Estado para obra no Leite Lopes
Município reservou apenas R$ 2 milhões para ampliação do aeroporto; área no entorno permanece invadida
Prefeita diz que pediu audiência com ex-rival Duarte Nogueira, novo secretário de Transportes de SP
Após reservar somente R$ 2 milhões dos R$ 25 milhões previstos para as obras do aeroporto e ver duas áreas do entorno novamente invadidas, a prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PSD), iniciou uma cobrança por "ações urgentes" do Estado para o início das obras.
Em seu perfil em uma rede social, Dárcy afirmou que pediu uma audiência com o deputado federal Duarte Nogueira (PSDB), que assume a Secretaria de Estado de Logística e Transportes nesta quarta-feira (7).
"É preciso que o Estado retome o trabalho para a internacionalização do aeroporto", afirmou ela. Rival político de Dárcy, Nogueira disputou a Prefeitura de Ribeirão em 2012 e perdeu no segundo turno, numa das eleições mais acirradas desde 1996.
A prefeita afirmou que é necessário que seja feito um novo cronograma de obras, já que o município ficou responsável pela malha viária do entorno do aeroporto.
Procurado por meio de sua assessoria, Nogueira não comentou o assunto.
As obras de deslocamento da pista, ampliação do terminal e do novo pátio de aeronaves serão feitas pelo governo federal. À prefeitura cabe uma contrapartida de R$ 25 milhões --o valor reservado no Orçamento para este ano, no entanto, corresponde a apenas 8% do total.
A alegação da prefeitura é a de que os investimentos no aeroporto não serão comprometidos porque há atrasos nas obras.
Para que as ampliações avancem, as áreas que foram invadidas nos últimos meses precisam ser retomadas.
Segundo a SAC (Secretaria de Aviação Civil), responsável por financiar as obras, elas serão liberadas quando não houver mais ocupações.
"A invasão não para de crescer. Todo o trabalho que a prefeitura fez foi jogado fora", disse Teresa Ditade Pereira, 63, líder comunitária do Jardim Aeroporto.
ALVENARIA
As construções no local já são de alvenaria, ou seja, serão mais difíceis de serem retiradas. Há pelo menos 200 construções na área --em outubro, eram cerca de 140.
Entre os locais invadidos estão as ruas Americana e Pontal, onde foram feitas as remoções pela prefeitura.
Também estão ocupadas áreas na rua Bragança Paulista e avenida João Pessoa.
No entanto a prefeitura alega que já cumpriu a sua parte, removendo as famílias e colocando-as em conjuntos habitacionais.
Também afirma que as áreas invadidas são particulares e, por isso, cabe ao governo estadual editar um decreto de utilidade pública.
Já segundo o Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo), a responsabilidade pela conservação e zelo das áreas que já foram desapropriadas é da prefeitura e dos proprietários dos terrenos particulares.