Dárcy anuncia pacote para conter gastos
Meta da Prefeitura de Ribeirão, que tem dívida de cerca de R$ 878,8 milhões, é economizar R$ 10 milhões mensais
Prefeita determinou demissões, revisão de contratos e até a fusão de secretarias e programas municipais
Mergulhada em grave crise financeira, com uma dívida de cerca de R$ 878,8 milhões, a prefeita de Ribeirão, Dárcy Vera (PSD), anunciou nesta quarta-feira (11) um pacote para estancar os gastos.
A meta é economizar R$ 10 milhões mensais já a partir deste mês --apenas aos fornecedores, o governo deve cerca de R$ 80 milhões.
O valor da economia é equivalente a 2,9% da receia de janeiro, que foi de R$ 338,8 milhões, segundo o último balancete divulgado.
O Orçamento previsto para este ano é de R$ 2,5 bilhões.
Para economizar, Dárcy determinou demissões, revisão de contratos e até a fusão de secretarias e programas.
"Minha prioridade é equilibrar as contas. O momento é de contenção de gastos em todo o país", justificou.
As demissões deverão acontecer na próxima semana. Dárcy determinou que sejam cortados 50 dos 231 funcionários comissionados que não são concursados.
Além deles, a prefeitura mantém outros 272 cargos em comissão, ocupados por servidores concursados.
Da Coderp (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto), com a qual a prefeitura mantém contratos milionários de prestação de serviços e que é gerida pelo PMDB, partido do vice-prefeito Marinho Sampaio, Dárcy quer economia de R$ 2,7 milhões por mês.
Para tanto, determinou a revisão de contratos e também corte de pessoal.
De janeiro a março, a prefeitura já repassou à Coderp R$ 20,7 milhões. Em todo o ano passado, foram R$ 66,9 milhões, segundo dados do Portal da Transparência.
A prefeita quer também que as secretarias de Educação e Saúde busquem "alternativas inteligentes" para economizar, sem precisar demitir professores e médicos.
Dárcy optou pela fusão das secretarias de Esporte e Turismo, da Infraestrutura com a Coordenadoria de Limpeza Urbana e dos programas Fundet (Fundação de Educação para o Trabalho) com o Ribeirão Jovem (de capacitação).
A prefeita atribuiu a crise à queda no repasse de verbas estaduais e federais, além da obrigatoriedade de cumprir decisões judiciais, como a compra de medicamentos.
Para o presidente do Sindicato dos Servidores, Wagner Rodrigues, o pacote é uma repetição do que já foi anunciado outras vezes.
"Demitir funcionários é lamentável. É claro que os cortes irão afetar os serviços essenciais", disse.
Ainda segundo ele, a prefeita deveria se articular para que novos investimentos na cidade sejam feitos, gerando emprego e renda.
Em janeiro, ela já havia tomado medidas para conter gastos, como a proibição de participação de funcionários em seminário, treinamentos e cursos. Também impôs um corte de 20% no consumo de água, luz, combustível e telefone em todas as pastas.