Ato foi consensual, diz suspeito de estupro
Homem de 20 anos foi preso nesta terça (7) após vítima denunciar abuso dentro de estação no metrô de São Paulo
Polícia ainda procura parceiro do crime, já identificado, e outras duas pessoas que teriam auxiliado fuga
O suspeito de estuprar uma jovem na estação República do metrô de São Paulo, Guilherme Lucas Alves Santos Rodrigues, 20, preso na madrugada desta terça (7) alega que a relação sexual que teve com a suposta vítima, que tem 18 anos, foi consensual.
A jovem trabalha num terminal da Prodata Mobility, empresa que presta serviços de recarga de bilhete único para o metrô, e teria sido abordada quando encerrava seu turno, na noite de quinta (2).
Além do suposto estupro, também houve tentativa de roubo. Junto com um comparsa, Rodrigues é suspeito de tentar levar o cofre do terminal. A dupla, entretanto, não conseguiu remover o objeto.
De acordo com o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, responsável pelo caso, a polícia apurou algumas das alegações do suspeito --como a de que ele e a vítima frequentariam um motel-- mas que, até agora, a versão de Rodrigues não se sustenta.
O suspeito, que não tem antecedentes criminais, trabalhou por três meses na Prodata em 2014. Entretanto, de acordo com a investigação, ele e a vítima não se conheciam.
A polícia agora procura Rafael Gonçalves de Lima, 24, que teria entrado na cabine junto com Rodrigues e que já tem passagem por roubo.
Mais dois homens --que teriam ficado num carro nas imediações da estação e ajudado na fuga-- também são procurados. Eles ainda não foram identificados.
O CRIME
Segundo declarações da vítima, que constam em um boletim de ocorrência interno do Metrô, ela encerrava suas atividades na cabine por volta das 23h30 e olhou pelo olho mágico antes de sair, mas ele estaria quebrado.
A jovem então apagou a luz e, ao abrir a porta, foi surpreendida por um indivíduo pardo, de aproximadamente 1,75 m de altura, forte e usando roupas sociais.
Sob ameaça, o homem amarrou as mãos da vítima e praticou ato sexual.
Em seguida, o estuprador abriu a porta do quiosque para a entrada de um segundo indivíduo, que seria pardo, de 1,80 m de altura, também com roupa social. Ele carregava ainda um carrinho de mão para levar o cofre da cabine. O primeiro homem o chamava de "Rafinha".
A dupla tentou abrir o cofre, mas não conseguiu. Em seguida, pegou o celular da vítima e pediram que ela permanecesse mais 30 minutos dentro da cabine.
CÂMERA DE SEGURANÇA
Um vídeo gravado pelas câmeras de segurança da estação mostra Rodrigues e Lima circulando pela área. Num dos momentos da filmagem, Lima aparece com um carrinho de mão, que seria usado pala levar o cofre.
Segundo o diretor de contratos da Prodata, José Carlos Martinelli, os assaltantes destruíram o sistema de câmeras da cabine e não foi possível recuperar as imagens. O disco rígido do equipamento foi encaminhado para a polícia, que tentará restaurá-lo.
"Neste momento, estamos fornecendo atendimento médico e psicológico à funcionária", diz Martinelli. "Depois vamos procurar o Metrô para discutir a segurança."
O local das cabines para recarga do Bilhete Único são definidos pelo Metrô.
Em nota, o Metrô disse que auxilia na investigação e que a equipe de segurança da estação fez o primeiro atendimento e levou a funcionária para a delegacia.