Olho de Boi (RJ) surpreende com a vista
Tudo azul, todo mundo nu. E meio exausto: para chegar à praia Olho de Boi, em Búzios (RJ), é preciso suar a camisa (ou o torso onde haveria uma camiseta, caso não se tratasse de reduto naturista). Mas o esforço se justifica assim que a água transparente aparece.
A trilha que leva da praia Brava até lá é insidiosa. Meia hora de cansaço depois, você vai perder o que restou de fôlego com a vista: águas de um azul mediterrâneo banham a praia, que mistura areia com pedra.
Ao contrário de Abricó, também no Rio, a nudez é mais um pedido, feito numa placa, do que uma ordem. Uma vez naturalizado, as opções são andar pela faixa de areia, o que leva menos de 15 minutos, ou amainar o calor com a água gelada e calma.
O mergulho perto das pedras permite ver a vida submarina, que abunda no local. Peixes, arraias, cavalos-marinhos e outras criaturas dão as caras sem timidez.
De companhia humana, só uma barraca. A caipirinha de cachaça é doce, ainda que um tanto salgada --R$ 30 por quase meio litro. Os preços de cadeira e de guarda-sol variam de R$ 20 a R$ 40, a depender do sotaque do freguês.
"Não me senti confortável", diz a sueca Susanna Emelie, 25, que visitava pela primeira vez o Brasil. "Os preços são altos e as pessoas, ou melhor, os homens olham demais."
Numa manhã de domingo, eram poucas as pessoas na praia, oficializada em 1994. Além de um grupo de paulistas e de duas suecas, havia alguns homens encostados no paredão de pedra, que pareciam interagir com sua nudez.
Caso o pudor bata, não pense que o mar vai esconder algo: a água é transparente a ponto de ver se a pedicure dos colegas está em dia.