Com estalactites iluminadas, caverna tem jantar de cinema
"Três dias e duas noites." O guia repete tantas vezes a duração da viagem de barco, durante as apresentações, que me pergunto se fizemos a escolha certa.
Estamos em Halong Bay, uma paradisíaca baía com milhares de ilhas de montanhas rochosas, embarcando com meia dúzia de casais desconhecidos. A região é patrimônio da Unesco e fica a 165 km da capital, Hanói.
Subimos a bordo de uma charmosa embarcação de estilo tradicional chinesa (US$ 315 por pessoa, ou R$ 854; pelo site indochina-junk.com) para passar os próximos três dias (e duas noites...) entre passeios de caiaque, comida farta e um jantar inesquecível numa caverna.
No barco, à noite, o silêncio é relaxante e as vistas dos grandes paredões rochosos, um tanto serenas e surreais. O sossego só é cortado ao amanhecer, com os motores ligados antes das 7h.
Descemos para visitar uma praia minúscula e ver o pôr do sol mais lindo de Halong Bay. A água é morna e escura, não tem ondas e dá para nadar até o anoitecer. Para jantar, voltamos ao mesmo lugar e subimos uns cem degraus feitos na montanha até chegar a uma caverna.
Diversas estalactites e estalagmites estão iluminadas de forma dramática e há uma enorme mesa no centro, montada como num elegante restaurante. Poucos percebem, mas há ratos passeando no topo das paredes.
O banquete tem várias entradas, começando com saladas verdes de molho agridoce e sopinha de abóbora. Depois seguem os caranguejos com tamarindo, mexilhão frito com abacaxi e uma combinação de dois peixes preparados com tomate e pimentão.
O mais marcante é o esmero da equipe de garçons e cozinheiros para nos entreter. A cada prato, é revelada também uma escultura de comida (um dragão feito com cenouras!). Ao final, os funcionários são apresentados e aplaudidos com entusiasmo, boa forma de encerrar um jantar cinematográfico.