Rota menos lotada visita as raízes de Machu Picchu
Trilha pelo vale de Lares passa por ruínas incas e comunidades tradicionais
Trajeto dura cinco dias, período em que é mais provável encontrar moradores locais do que visitantes estrangeiros
Os incas eram mestres na confecção de trilhas. Sorte dos turistas de hoje, que encontram várias maneiras de chegar a Machu Picchu e explorar o sítio arqueológico.
Os caminhos mais famosos são a Trilha Inca, com quatro dias de caminhada até o destino (hoje limitada a um máximo de 500 pessoas em rota, por questões de segurança e preservação), e os tours de um dia a partir de Cusco.
Mas há outras opções (leia no texto ao lado); uma das que tem ganhado destaque é ideal para fugir das multidões de turistas e conhecer mais de perto a cultura local.
A chamada Ruta Lares, recém-adaptada pela agência Lares Adventure (laresadven ture.com), permite ao viajante escolher o itinerário.
A rota dura cinco dias e traz um alento aos sedentários: os deslocamentos mais longos são feitos em van, com a possibilidade de percorrer trechos em caminhada, trekking e de bike. O percurso custa US$ 400 (R$ 1.386) por dia.
Deslocamentos, passeios, refeições, guias e acomodações estão incluídos. Os grupos são pequenos, geralmente de até 12 pessoas, mais uma dupla de guias.
Para pernoitar, sempre em um vilarejo diferente, há à disposição chalés pequenos e confortáveis, com direito à jantar com entrada, prato principal e sobremesa, mais café da manhã. O almoço é mais simples, geralmente servidos em caixinhas.
Pelo caminho, é difícil encontrar outros turistas, e esta é a melhor parte: ter contato direto com moradores e crianças que mal falam espanhol, nas ruelas dos vilarejos e até em suas casas.
Em Ollantaytambo, um clã abriu à reportagem a porta de suas casas de pedra com crânios de antepassados exibidos na parede. Na vila de Viacha, a comunidade local fazia sua cerimônia de agradecimento à Pachamama (a mãe Terra) antes da colheita.
Em Lares, foi como se o grupo de turistas tivesse virado atração para os moradores, que pareciam desacostumados à presença de visitantes.
Praticamente só é possível lembrar da existência de outros turistas no Museo Inkariy (museoinkariy.com), em Calca, sobre a história das civilizações pré-incaicas do Peru.
Ao longo do caminho, há ainda o encontro com ruínas e sítios arqueológicos –o mais impressionante talvez seja Ankasmarka, cujos silos arredondados funcionavam como entreposto para armazenar alimentos.
Tudo isso com o belo monte Verônica, a mais de 5.000 metros de altitude, à vista.
Mas claro que a cereja do bolo vem ao final do percurso: Machu Picchu. O ideal é chegar cedinho ao local, logo após a abertura, ainda com pouquíssimos turistas.
Ver a cidade inca encravada em um vale gigantesco, com o sol nascendo por trás de suas montanhas, é uma imagem inesquecível.