Estilista que melhor resume a fórmula americana de fazer do desfile um trampolim comercial, a venezuelana Carolina Herrera se despediu da passarela na última semana de moda Nova York.

Estavam ali quase todos os códigos que fizeram da designer, agora embaixadora de sua marca, uma das maiores de um clã explosivo da moda americana dos anos 1980 e 1990, que tinha Ralph Lauren, 78, Calvin Klein, 75, e Oscar de La Renta (1932-2014) na coroa.

As saias longas combinadas com blusa branca, o vermelho sangue, as plumas e o contraste P&B característicos de seu estilo, encheram o MoMa da moda mais requintada do mercado. Verdade seja dita, muitas vezes requentada.

O legado de tapete vermelho de Herrera, parte pequena do império CH que vendeu ao grupo espanhol Puig, foi desfilado sob os olhos atentos de amigos, como o próprio Calvin Klein, que saiu da reclusão de algum dos seus apartamentos no Rio ou nos Hamptons para prestigiá-la.

Faltou na passarela, no entanto, uns borrifos de 212 Sexy para completar o combo.

Magnata da perfumaria, foi Herrera quem lançou alguns dos maiores ícones da indústria da perfumaria.

O Herrera For Women, de 1981, e o Herrera For Men, clássico de 1991 que fez da combinação de tabaco, gerânio, sândalo, âmbar e almíscar o cheiro do homem fatal, fizeram o sobrenome da estilista um marco cosmético.

Em alguma medida, seus desfiles também viraram cosmética, só que de um negócio milionário sustentado pelas fragrâncias e pela segunda linha de roupas, a CH.

Um adeus era esperado e pode renovar a marca, agora dirigida pelo estilista Wes Gordon, 31. Isso, claro, se sua moda não for apenas perfumaria.