Em recital solo, pianista canadense Jan Lisiecki aborda dualidade da noite

Espetáculo nesta terça (13) abre temporada da Cultura Artística, mais enxuta do que antecessora

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

“É uma coisa muito canadense essa de fazer o seu melhor, e não o melhor do mundo”, diz o pianista Jan Lisiecki, que abre a temporada anual da Sociedade de Cultura Artística com um recital nesta terça (13), na Sala São Paulo.

Prestes a completar 23 anos, o canadense de origem polonesa já mostrou que seu melhor é suficiente para lhe render um contrato com a Deutsche Grammophon e o título de prodígio, o qual refuta.

Antes mesmo de atingir a maioridade, ele já havia lançado um álbum com os concertos de piano de Frédéric Chopin (1810-1849) e substituído grandes nomes como a argentina Martha Argerich e o brasileiro Nelson Freire.

O pianista canadense Jan Lisiecki
O pianista canadense Jan Lisiecki - Divulgação

“O lado negativo de ser um prodígio é as pessoas me chamarem desta forma”, afirma Lisiecki. “Sempre quis compartilhar e ensinar algo, é uma vida incrível e não combina com ser chamado de prodígio.”

Ele retorna ao país seis anos após se apresentar com a Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo). Então com 17 anos, ainda muito novo para viajar sozinho, ele era escoltado por sua mãe

Lisiecki lembra que precisou até mesmo de uma autorização do consulado em Vancouver para ir ao Rio de Janeiro por conta própria. 

“Às vezes quando olho para minha vida, para os lugares onde já estive, pessoas com quem toquei, sinto como se fosse outra pessoa inteiramente”, diz o pianista.

NOTURNOS

A programação anual terá 12 espetáculos, contra 20 em 2017. A redução foi uma medida para viabilizar a temporada sem recursos captados via leis de incentivo fiscal.

Em seu recital solo, Lisiecki quer mostrar as diversas facetas da música inspirada pela noite, indo além dos noturnos e das cantigas de ninar.  

 “Apesar de as pessoas pensarem que a noite é algo sereno, que te coloca para dormir, de momentos mágicos impossíveis durante o dia, também há as mal dormidas, de pesadelos e tempos que passamos agonizando, preocupados.”

O repertório inclui “Nachtstücke”, op. 23 de Robert Schumann (1810-1856), “Gaspard de La Nuit”, de Maurice Ravel (1875-1937) e “Morceaux de Fantaisie”, op. 3 de Serguei Rachmaninoff (1873-1943).

Lisiecki também executa dois noturnos de Chopin, op. 55 e op. 72, além de “Scherzo nº 1”, op. 20 do compositor ao qual o canadense é comumente atrelado.

“A maneira com que ele faz nosso instrumento cantar transcende as habilidades que normalmente se pensa que o piano pode ter”, diz. “Me sinto atraído pelo balanço entre virtuose e musicalidade.”

 

JAN LISIECKI
QUANDO ter. (13), às 21h
ONDE Sala São Paulo, pça. Júlio Prestes, 16, (11) 3367-9500
QUANTO de R$ 75 a R$ 500 em ingressorapido.com.br
CLASSIFICAÇÃO livre

 

TEMPORADA 2018

11/ABRIL
Camerata Salzburg e Bernarda Fink

14 E 15/MAIO
Orquestra da Suíça Romanda; Jonathan Nott (regência); Nelson Goerner (piano); Xavier Phillips (violoncelo)

11/JUNHO
Les Violons du Roy; Bernard Labadie (regência); Magdalena Koená (meio-soprano)

26/JUNHO 
Geneva Camerata; Pieter Wispelwey (violoncelo)

3 e 4/SETEMBRO 
Filarmônica de Dresden; Michael Sanderling (regência); Herbert Schuch (piano)

2/OUTUBRO 
Yuja Wang (piano)

23/OUTUBRO 
Quarteto Modigliani; Jean-Frédéric Neuburger (piano)

6/NOVEMBRO 
Orquestra de Câmara de Viena; Stefan Vladar (regência)

27/NOVEMBRO 
Denis Kozhukhin (piano), Carolin Widmann (violino)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.