Num primeiro julgamento de peso da era #MeToo, o comediante Bill Cosby acaba de ser condenado por abuso sexual num caso que se arrastou pelos últimos anos.
Um dos maiores astros das sitcoms americanas pode enfrentar até dez anos de cadeia por ter drogado e molestado uma mulher no início de 2004.
Depois que um primeiro julgamento do caso foi suspenso, quando jurados não chegaram a um consenso sobre se houve ou não consentimento por parte da vítima, um novo júri, com sete homens e cinco mulheres, não teve dúvidas.
Desde que Andrea Constand, a primeira vítima de Cosby, denunciou o comediante, dezenas de outras mulheres vieram a público contar histórias semelhantes. Elas teriam sido drogadas em encontros sexuais com o humorista.
Gloria Allred, a advogada famosa por defender vítimas de assédio sexual envolvendo celebridades, tem grande parte delas como clientes. Na saída da corte que condenou Cosby na Pensilvânia, ela gritava “culpado, culpado, culpado”.
O ator pagou uma fiança US$ 1 milhão, cerca de R$ 3,5 milhões, e deve permanecer em liberdade até o anúncio de sua sentença, o que despertou protestos de seus acusadores.
Mas o juiz do caso não quis prender Cosby, que tem 80 anos e saúde bastante frágil –caso receba a pena máxima, sua sentença pode ter o impacto de uma prisão perpétua.
O advogado do ator, Tom Merserau, disse que vai recorrer da decisão do tribunal.
Ativistas chegaram a fazer uma manifestação com os seios à mostra nos primeiros dias do julgamento e celebraram a condenação do comediante, mas os jurados ficaram confinados num hotel perto da corte e não puderam ver os protestos por ordem do juiz.
Eles também foram instruídos a não deixar a pressão de movimentos contra o assédio sexual, como o #MeToo e o Time’s Up, influenciarem sua interpretação do caso de Cosby.
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