'Desejo de Matar' eternizou Charles Bronson como cidadão que pega em armas

Ator estoico e de expressões minimalistas brilhou como astro de filmes de ação

O ator americano Charles Bronson em cena de "Desejo de Matar 3" (1985) - Divulgação
São Paulo

Em 1974, quando ganhou o papel de Paul Kersey, o arquiteto que se torna matador de bandidos em "Desejo de Matar", Charles Bronson (1921-2003) tinha 53 anos e era um veterano de filmes de ação, de guerra e faroestes.

Bronson (ou Charles Buchinsky, 11º de 15 filhos de uma família lituana que trabalhava em minas de carvão na Pensilvânia), começou a carreira em Hollywood no início dos anos 1950, em pequenos papéis em westerns e policiais.

Destacou-se no faroeste "Sete Homens e um Destino" (1960) e nos filmes de guerra "Fugindo do Inferno" (1963) e "Os Doze Condenados" (1967), mas só fez sucesso mesmo na Europa, em faroestes como "Era Uma Vez no Oeste" (1968), de Sergio Leone, e filmes de suspense como o ótimo "O Passageiro da Chuva" (1970), de René Clément.

Foi nessa época que produtores identificaram no ator estoico e de expressões minimalistas as características de um astro de filmes de ação.

Em 1972, Bronson iniciou uma parceria bem-sucedida com o diretor Michael Winner, com quem fez "Assassino a Preço Fixo" e "Jogo Sujo", filmes que prenunciavam o estilo sangrento que atingiria o ápice com "Desejo de Matar".

Este foi um sucesso, rendendo o que hoje equivaleria a US$ 108 milhões, mas foi tão violentamente rechaçado pela crítica que o produtor Dino De Laurentiis não quis fazer uma continuação.

No início dos anos 1980, com a explosão do mercado de videocassetes nos EUA, tornou-se um filme dos mais procurados em locadoras.

Isso levou dois produtores espertíssimos, os israelenses Menahem Golan e Yoram Globus, a comprar os direitos da franquia e fazer outros quatro filmes, terminando em 1994, com o quinto "Desejo de Matar", último filme de Charles Bronson no cinema.

"Desejo de Matar" eternizou a imagem de Charles Bronson como o cidadão comum que pega em armas para se defender de bandidos e malfeitores.

Depois desse, Bronson atuou em outros 30 filmes. Alguns foram muito bons, como os dramas "Lutador de Rua" (1975), de Walter Hill, e "Unidos Pelo Sangue" (1991), de Sean Penn. Mas a grande maioria foi de produções toscas em que ele aparecia na capa do VHS empunhando um fuzil em títulos como "Justiça Selvagem", "Mensageiro da Morte" ou "À Queima-Roupa".​

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