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Cinema crítica de filmes

É preciso ser muito ranzinza para não gostar de 'Han Solo'

Nada espetacular visualmente, segundo spin-off de 'Star Wars' tem enredo como ponto alto

CENA DE Han Solo – Uma história Star Wars
Alden Ehrenreich interpreta o contrabandista Han Solo na juventude - Divulgação
Thales de Menezes
São Paulo

Han Solo: uma História Star Wars (Solo: A Star Wars Story)

  • Quando Estreia nesta quinta (24)
  • Classificação 12 anos
  • Elenco Alden Ehrenreich, Woody Harrelson, Emilia Clarke
  • Produção EUA, 2018
  • Direção Ron Howard

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Tinha tudo para dar errado. A ideia de criar uma juventude para um dos personagens mais adorados do cinema moderno corria o risco de ser rechaçada pelos fãs de "Star Wars". Mas, surpresa, é preciso ser muito ranzinza para não gostar de "Han Solo".

Muitos ainda vão chiar. Porque Alden Ehrenreich não é Harrison Ford. Porque o filme não tem uma lutazinha de sabre de luz. Porque a palavra "jedi" não é pronunciada.

Ford era praticamente um ator desconhecido quando foi escalado para o primeiro "Star Wars", de 1977. Ehrenreich é tão desconhecido quanto era seu antecessor, e sua tarefa é bem mais difícil.

Mas se esforça: fala com a mesma entonação de Ford e emula os sorrisos que conquistaram gerações. Se a carreira dele vai dar certo é outra coisa, mas passou no teste.

O enredo é o ponto alto, criando situações que teriam contribuído para forjar o caráter duvidoso do contrabandista espacial transformado em herói pelas circunstâncias.

Comparado à saga, "Han Solo" não é nada espetacular visualmente, mas tem cenas que atendem às expectativas dos fãs. O esperado primeiro encontro de Han e seu parceiro Chewbacca é muito divertido.

Os personagens secundários ganharam um bom elenco. Quem rouba as cenas é Woody Harrelson, como Beckett, mercenário que encaminha o jovem Solo na carreira de larápio. Na falta de um mestre jedi no enredo, responde por conselhos e tiradas filosóficas.

Paul Bettany faz de Dryden Vos um vilão intenso, enquanto o talentoso Donald Glover, da série "Atlanta", vai bem como o charmoso e perigoso Lando Calrissian. Este, ao lado de Solo e Chewie, vem da trilogia inicial de "Star Wars".

O ponto fraco é Emilia Clarke (Qi'ra). Ganhou a vaga pelo sucesso como Daenerys Targaryen em "Game of Thrones", mas desperdiça sua chance num potencial blockbuster.

Não dá personalidade a personagem que tem estofo, passando de namoradinha de Solo a figura crucial na trama.

Em comparação com "Rogue One" (2016), o outro spin-off de "Star Wars", este leva a vantagem imbatível de contar com Chewbacca.

O pequinês gigante antropomórfico é uma das criaturas mais irresistíveis do cinema. Não por acaso, sobreviveu até o nono filme da saga.

Como era esperado, "Han Solo" termina dando todas as evidências de que uma continuação chegará logo aos cinemas. Uma trilogia, talvez?

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