Virada Cultural dobra aposta num centro de SP enxuto e testa Itaquerão

Em 14ª edição, evento destaca apresentação de Caetano Veloso

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Público se movimenta na Virada Cultural de 2017 na região do viaduto do Chá, em frente ao shopping Light -  Zé Carlos Barretta - 20.mai.17/Folhapress
São Paulo

​​A 14ª Virada Cultural começa no sábado (19), às 18h, equilibrando testes e a manutenção de ideias de 2017.

A programação tem como destaque o cantor Caetano Veloso, que acompanha o bloco Tarado ni Você em um cortejo no sábado (19), às 20h.  A apresentadora Xuxa faria um show no vale do Anhangabaú​, mas cancelou sua participação.

Em sua atual diretriz, o evento mantém a descentralização que marcou a primeira Virada sob a gestão do então prefeito João Doria (PSDB).

Mas haverá mudanças, como uma diminuição na quantidade de palcos no centro, mas com mais de shows de artistas que atraem bastante público. Também há novos polos nas zonas norte (Parque da Juventude) e leste (Itaquerão) e alterações no trajeto de cortejos artísticos.

No centro, continua a aposta em estruturas menores. A ideia é evitar aglomerações e facilitar limpeza, transporte e segurança —esta também é a razão das pausas nas programações na madrugada no centro e nos bairros, mantidas em quase todos os pontos.

“A gente não teve BO; houve furtos e tal, mas ninguém morreu, foi esfaqueado ou espancado”, diz André Sturm, secretário municipal de Cultura.

Na ocasião, alguns urbanistas criticaram o que viram como desvirtuação dos propósitos da Virada de oferecer 24 horas de agenda cultural gratuita e ininterrupta e de motivar a ocupação da região central.

Mas Sturm defende que a pulverização da agenda nos bairros permite elevar o total de atrações —são cerca de 900 neste ano, um recorde— e reduzir os danos à cidade. “Tenho orgulho de dizer que em 2017, foi a primeira segunda-feira em que a Folha não abriu sua reportagem criticando sujeira e violência.”

Em 2017, o evento engajou 1,6 milhão de pessoas, contra público entre 3 milhões e 4 milhões nos anos anteriores, patamar que a secretaria espera alcançar neste ano.

Uma das principais mudanças é a exclusão do autódromo de Interlagos e do Sambódromo, onde Daniela Mercury cantou para menos de 3.000 pessoas em 2017. O parque do Carmo ficou de fora, “por questões de vizinhança”, diz Sturm; em seu lugar entra o estacionamento do Itaquerão.

Mudou ainda a foz dos cortejos, do centro para o cruzamento das ruas da Consolação e Sergipe, em Higienópolis.

Sturm afirma que a escalação de nomes como Caetano Veloso e É o Tchan nesses percursos visa reforçar a escalação do centro e atrair o público à região. “No ano passado, os cortejos disputaram atenção com os shows”, afirma.

Na região central, pontos e atrações tradicionais foram retirados, tais quais a praça Roosevelt e o Piano na Praça.

Outros foram somados, como um polo de skate, com shows e pistas, na avenida Rio Branco. O saldo final é de cerca de dez palcos a menos.

 
 
A região terá mais festas, um parque de diversões e cinema ao ar livre. E a programação musical, criticada em 2017 pela falta de nomes de peso, foi reforçada com Fafá de Belém, Falamansa, e Marcelo D2. Palcos-tablados, considerados baixos por parte do público, passarão de 40 cm para 1 m.

Em tempo: o orçamento do evento neste ano é de cerca de R$ 13 milhões, o mesmo valor de 2017, mas, segundo o secretário, sem investimentos privados —no ano passado, o Bradesco colaborou com cerca de R$ 2 milhões.

A programação paralela da Virada ganhou reforço na avenida Paulista, onde as inaugurações do Instituto Moreira Salles, do Sesc Avenida Paulista e da Japan House somaram ao que a organização chama de “corredor cultural”. Além delas, Masp, Centro Cultural Fiesp, Itaú Cultural e Casa das Rosas terão programação especial e horário estendido.

Outra fronteira da zona central será agora ocupada por filmes de terror: um cinema ao ar livre na rua 15 de Novembro.

“Vamos passar o filme mais apavorante da história, ‘As Fitas de Poughkeepsie’ (2007; domingo, 20/5, à 1h)”, diz Sturm. O falso documentário foi vetado dos cinemas por distribuidores e só saiu em 2017, em DVD.

Além disso, o evento terá pela primeira vez um palco gospel no Centro Esportivo Tietê, na zona norte, com nomes como o cantor evangélico Paulo César Baruk e a banda de rock cristão Rosa de Saron.

Sturm ressalva que embora o termo tenha ganhado ligação com os evangélicos, entraram na escalação quaisquer artistas “que tenham Deus em seu universo musical”.


Novidades da Virada Cultural em 2018

Tablados mais altos
Criticados em 2017, os palcos-tablados para shows na região central serão mais altos

Pq. de diversões e cinemas
O Vale do Anhangabaú terá um parque de diversões com carrinho de bate-bate, tobogã e cama elástica por 24 horas. Também haverá cinemas no vão-livre do Masp e no centro

‘Corredor’ da av. Paulista
Instituto Moreira Salles, Masp, Centro Cultural Fiesp, Itaú Cultural, Sesc Paulista, Casa das Rosas e Japan House têm horários estendidos no sábado

Novas sedes regionais
Pq. do Carmo, Autódromo e Sambódromo saem; entram Itaquerão e pq. da Juventude

Veja mais em: folha.com/viradacultural2018
viradacultural.prefeitura.sp.gov.br


Destaques

Centro
Elza Soares Sáb., 23h59, palco Queer (pça. da República)
Marcelo D2 Sáb., 21h, palco Skate (av. São João, 1.108)
Falamansa Dom, 18h, palco Forró (pça. do Patriarca)
Paralamas do Sucesso Dom., 16h30, palco Copan (av. Ipiranga, 210)

Parque da Juventude
Liniker e os Caramelows Sábado, 22h30
Veja Luz e Black Alien Domingo, 14h30

C. Esportivo Tietê
Paulo C. Baruk Sábado, 23h59
Rosa de Saron Dom., 17h

Itaquerão
Dudu Nobre e Paula Lima Sábado, 23h
Fabiana Cozza Dom. 13h30

Chácara do Jockey
The Slackers (EUA) Sáb., 18h
Jota Quest Dom., 16h

Praça do Campo Limpo
Emicida Domingo, 1h
Os Prettos convidam Beth Carvalho e Samba da Vela Domingo, 18h

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