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'Vidas à Deriva' mostra resiliência humana acrescida de contornos românticos

Inspirado em fatos reais, filme intercala romance perfeitinho do casal e pesadelo em alto-mar

Marina Galeano

Vidas à Deriva (Adrift)

  • Quando Estreia nesta quinta (9)
  • Classificação 12 anos
  • Elenco Shailene Woodley, Sam Claflin
  • Produção EUA, 2018
  • Direção Baltasar Kormákur

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Pode-se dizer que o cineasta Baltasar Kormákur é chegado num filme de sobrevivência em meio a catástrofes naturais. Depois de "Sobrevivente" (2012) e "Evereste" (2015), o diretor islandês leva às telas a dramática saga de um jovem casal surpreendido por um furacão em alto-mar.

Inspirado em fatos reais, assim como os anteriores, "Vidas à Deriva" novamente coloca o público diante da fúria da natureza e da resiliência humana —desta vez, porém, personificada na figura de uma mulher e acrescida de contornos românticos.

Dois aventureiros apaixonados, Tami Oldham (Shailene Woodley) e Richard Sharp (Sam Claflin) partem do Tahiti em direção a San Diego, na Califórnia, a bordo de um veleiro. A jornada é interrompida por uma violenta tempestade.

A desgraça dos navegadores se apresenta já na abertura do longa, quando a moça de 24 anos recobra a consciência após a passagem do furacão. Toda ensanguentada, ela percebe que o parceiro não está no barco —parcialmente destruído— e se desespera diante da imensidão do oceano Pacífico.

A partir daí, flashbacks que remontam o romance genérico e perfeitinho do casal se intercalam com os contrastes do pesadelo em alto-mar, contado de trás pra frente e preenchido por efeitos especiais de tirar o fôlego.

Embora funcione em termos visuais, a estrutura atrapalha o ritmo da narrativa, um vai e vem meio truncado, de marear qualquer sujeito.

Fora que os melhores momentos dos personagens acontecem quando eles estão à deriva, e não na paradisíaca Polinésia Francesa.

Depois de resgatar Richard, gravemente ferido, Tami trava uma verdadeira batalha física e emocional para salvar a si e ao noivo. E esse é, sem dúvida, o recorte mais atraente da produção, impulsionado por uma atuação convincente de Woodley.

A protagonista do choroso "A Culpa É das Estrelas" (2014) e da série "Divergente" constrói uma heroína forte, capaz de enfrentar inúmeras adversidades ao longo dos 41 dias sem rumo.

Claro que, diante de um contexto tão hostil, o filme não escapa do viés motivacional, embutido nas mensagens óbvias de superação. O final inesperado, entretanto, ameniza o clima de dèja vu.

Deslizes à parte, o longa "Vidas à Deriva" se sai bem em seu retrato de luta pela sobrevivência.

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