Descrição de chapéu

Sucesso de bilheteria, animação chinesa 'Fantástica' é insossa e mal amarrada

Filme da franquia Boonie Bears tenta sair do anonimato no Brasil com 4ª sequência da saga

Marina Galeano

Fantástica - Uma Aventura no Mundo Boonie Bears

  • Quando Estreia nesta quinta (13)
  • Classificação Livre
  • Produção China, 2017
  • Direção Huida Lin, Yongchang Lin e Leon Ding

Dois irmãos ursos cheios de moral na TV chinesa, os Boonie Bears tentam sair do anonimato no Brasil com “Fantástica”, a quarta animação de uma franquia lucrativa, que já ultrapassou os US$ 300 milhões de bilheteria mundial.
 
Mas, ao menos pela amostra que estreia nos cinemas por aqui, sob a direção do trio Huida Lin, Yongchang Lin e Leon Ding, fica difícil entender o motivo de tanto sucesso.
 
Uma história reciclada, insossa e mal amarrada se arrasta na tela durante cansativos 73 minutos. Voltas e voltas para se chegar ao desfecho óbvio que ressalta a importância da amizade e do respeito à natureza.
 
A aventura começa com uma dupla de arqueólogos e de uma robozinho sabichona à procura de uma terra mágica e lendária que guarda um poderoso segredo ancestral. Porém, ladrões ambiciosos —e inexpressivos— crescem o olho no tal objeto e ameaçam a existência do reino sagrado.
 
Enquanto alguns personagens desaparecem sem qualquer explicação, outros surgem do nada e vão tentando arrumar um lugarzinho no bololô da narrativa, com o pretexto de reforçar o time dos protetores de Fantástica.

Além da robô Coco —a essa altura, seus antigos companheiros já saíram à francesa—, um caçador (quase) regenerado, uma guerreira da floresta e os ursos bonachões se incumbem da nobre missão.
 
Embora ajudem a salvar o mundo encantado, as estrelas da série infantil mais popular da China, entretanto, não conseguem livrar os espectadores da sonolência. Bramble é tão bobo que se torna irritante; Briar, com seu jeito meio ranzinza e caladão, passa batido.
 
Movidos por argumentos frouxos, os vilões só comprovam que os fios soltos estão espalhados por toda a parte. Inclusive em uma inserção repentina de live action (com atores reais) totalmente deslocada e desnecessária.
 
Ainda assim, a criançada deve se deixar levar pelo visual multicolorido do filme, que lembra um primo distante e menos abastado de “Avatar” (2009), misturado com gráficos de videogame. Os tons vibrantes rendem belas paisagens e produzem criaturas atraentes.
 
De certa forma, um contrapeso ao conteúdo vazio dessa inofensiva animação, carente de brilho e de consistência. Complicado para os Boonie Bears conquistarem o público brasileiro com uma história que, de fantástica, só tem o nome mesmo.

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