Descrição de chapéu Moda

Osklen desfila podrinho chique com palha de piaçava e macramê na SPFW

Sem surpresas, apresentação foi um compilado das possibilidades da moda sustentável

Pedro Diniz
São Paulo

A praia sempre foi o porto seguro da Osklen. Referências ao uniforme do surfe e do montanhismo sagraram a marca carioca como símbolo do Rio chique, ao qual o diretor criativo Oskar Metsavaht deu o nome de “brazilian soul” (alma brasileira).

No primeiro desfile desta segunda-feira (22) na São Paulo Fashion Week, porém, ele tirou os pés da areia para tocar o cascalho, estacionando seu barco à beira do rio.

Como se fundisse o visual dos pescadores ribeirinhos ao dos marinheiros de navios cargueiros, a grife criou looks de túnicas azuis combinados a toucas vermelhas —uma óbvia referência, ainda que não declarada, ao filme “A Vida Marinha de Steve Zissou” (2004)— e várias peças versáteis de linho, seda e algodão orgânico.

Há mais do que apenas itens casuais. O reconhecível podrinho chique da Osklen, desfiado nas barras e com aparência desgastada, é maximizado por vestidos plissados sobrepostos a camisas com silhueta quadrada.

Tudo é combinado a peças feitas em parceria com comunidades e artesãos ribeirinhos do país. As bolsas de cestaria foram feitas pela ONG Artesol; as sacolas de macramê, pela cooperativa Bordando o Futuro; as estampas da fauna marinha impressas nas roupas, pelo coletivo de artistas Casa do Cacete.

Nessa cruzada em alto mar, a bússola da Osklen parece ter emperrado na arara comercial. Faltou ao desfile —mais um compilado das possibilidades da moda sustentável do que uma coleção de impacto imagético— a surpresa que a grife já entregou no passado.

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