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Moda Oscar 2019

Ativismo do Globo de Ouro cede lugar a tapete em que bege é novo preto

Desfile das atrizes tem transparências, overdose de tomara-que-caia e brilho por todos os lados

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São Paulo

​Um ano após o enterro de fachada promovido pelas atrizes para combater o assédio em Hollywood, todo mundo saiu do armário com cores, transparências e muito brilho no decote.

O tapete vermelho desta edição do Globo de Ouro, como de costume, acariciou as grifes mais importantes do “showbiz”num desfile de tendências vistas nas passarela de alta-costura no ano passado.

Controversos, os laços enrolaram os colos das atrizes Charlize Theron, Penélope Cruz, Glenn Close e Alison Brie. O de Close, mais discreto do que o gigantesco costurado pela Ralph & Russo para Cruz, é forrado de cristais, uma tendência absoluta dos 2000 —e dos bailes de debutantes também— que volta com formas geométricas e de pétalas de rosas.

Até Thimotée Chalamet, indicado a melhor ator coadjuvante pelo filme “Querido Menino” aderiu à onda do glitter. O estilista Virgil Abloh, da Louis Vuitton, aplicou os pontos de luz num duvidoso arreio sobreposto a camisa e calça pretas.

A Louis Vuitton também vestiu a estreia de Laura Harrier no tapete do Globo de Ouro, no qual apareceu com busto forrado em degradê de brilho, como se tivesse enrolado uma joia no tronco.

Este foi, de longe, um dos tapetes vermelhos mais suntuosos dos últimos anos, quase “non sense”. Calejada na arte de chocar a audiência, Lady Gaga homenageou a atriz Judy Garland na versão de “Nasce Uma Estrela”  de 1954, cujo novo remake a transformou numa das favoritas nesta temporada de premiações.

Tão grande que era, o longo azul tomara-que-caia da Valentino precisou ser carregado por um séquito de lacaios. O azul claro iluminado pelo tecido de tafetá combinava com o cabelo e a maquiagem da atriz.
A cor também tingiu o tomara-que-caia (a proporção da vez em Hollywood) azul profundo de Elizabeth Moss, de “The Handmaid’s Tale”, com pontas geométricas.

Mas como meninas também vestem rosa, a cor apareceu em tons elétricos, como o de lantejoulas da atriz Regina King, e o de Kiki Layne, assinado pela Christian Dior e inspirado nos padrões de lingerie da coleção de verão 2019, da marca desfilada na semana de Paris, em outubro passado.

Esse mesmo tipo de transparência com tons de pele tingiu o longo de Costance Wu feito em silhueta “bolo” —por mais antiquado que isso possa parecer, ainda é uma escolha recorrente das atrizes de primeira viagem no tapete.

Quem também aderiu ao “bege é o novo preto”, uma dos principais nortes da última temporada internacional de desfiles traduzida em rosas, amarelos e, claro, o próprio bege, foi Julia Roberts.

O top bege, no mesmo tom da pele da atriz, e a calça preta foram assinados pela estilista inglesa Stella McCartney, especialista em alfaiataria de tapete vermelho e que raramente aparece na lista de grifes prediletas das celebridades que são pagas para causar.

Essa aparente doçura dos róseos também abriu espaço para a cor de nada. O branco substituiu o preto como uma das cores mais usadas. Julianne Moore, Jamie Lee Curtis e Rachel Weisz adotaram a cor, cada uma à sua maneira e silhueta, que foi tendência quatro temporadas atrás.

Não houve surpresas ou mal entendidos fashion, apenas a confirmação de que, nessa indústria, não há ativismo que resista a uma conta bancária forrada de brilho dourado.

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