'Tá no Ar' chega a sua sexta e última temporada com olhar para 'as loucuras do país'

Criadores do humorístico estão se dedicando a outra produção televisiva cuja estreia está programada para 2020

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Marcelo Adnet e Veronica Debom em esquete da sexta e última temporada do Tá no Ar
Marcelo Adnet e Veronica Debom em esquete da sexta e última temporada do 'Tá no Ar' - Estevam Avellar/Divulgação
São Paulo

Publicado no site GloboPlay, um vídeo promocional sobre o fim anunciado do programa humorístico “Tá no Ar” mostra uma personagem, pê da vida, dando depoimento a um repórter de TV: “Ah, o ‘Tá no Ar’ Vai Acabar, é? Aposto que vão vender horário para a igreja!”. Seria eufemismo chamar de indireta à concorrente Record.

Para atacar sem meias palavras o mercadão das pentecostais e a atuação de grupos religiosos e nos meios de comunicação, o humorístico da Globo preservou alguma coragem e liberdade de expressão. Esse privilégio foi enfatizado por Marcelo Adnet, Marcius Melhem e Mauricio Faria, criadores do programa, na cerimônia de lançamento da temporada de 2018. 

Um dos quadros que se repetiu em temporadas anteriores era sobre um programa de vendas pela TV chamado “PoliGod”, com diversos produtos religiosos, entre eles o Jogo da Vida de Cristo, em que o jogador experimentava no tabuleiro a experiência de ser o filho de Deus. “Caiu na crucificação? Pedeu tuuuudo”, dizia o apresentador.

Se tirarmos o filtro do humor, dá para dizer que algumas cenas da temporada 2018 refletiram um ano bastante dramático, com referências às eleições polarizadas, ao assassinato de Marielle Franco, aos casos de bala perdida atingindo escolas, acirramento da guerra ao tráfico. 

Outros humorísticos já estavam pegando tão pesado quanto, e ao embarcar nessa competitividade, o programa conquistou audiência. Quando anunciaram que a temporada de 2019 —que começa nesta terça (15)— seria a última, a equipe do “Tá no Ar” se justificou: queriam somente uma renovação e tinham planos para um outro programa a ser lançado em 2020.

Marcius Melhem, que agora cuida da pasta de humor da Globo, disse que a redação do “Tá no Ar” já tem outro projeto para se dedicar. “A atração [o Tá no Ar] se manteve com frescor, acompanhando as loucuras deste país. Poderíamos fazê-lo por mais dez anos. Mas somos inquietos e queremos outras coisas. Já temos uma outra ideia e temos que concentrar esforços nela”, disse.

Melhem afirma ainda que, mesmo ocupando um cargo de chefia na emissora, não quer se desligar da criação. 

A ideia é acumular a nova função com as atividades de ator e roteirista, como ele faz no “Tá no Ar”. “Uma das condições de eu assumir esse lugar era que eu não deixasse de ser um autor. Não quero ir para trás da mesa e ficar dizendo sim ou não para projetos.

Colaborou Cris Veronez
 

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