Aos 50 anos, Festival de Campos do Jordão mistura erudito e pop

Programação tenta manter a identidade e conta com Fafá de Belém e Lenine

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Um dos criadores do Festival de Inverno de Campos do Jordão, há exatos 50 anos, o maestro Eleazar de Carvalho (1912-96) inspirou-se nos inúmeros “summer festivals” americanos e europeus que costumam ocorrer nesta mesma época do ano. A programação ocorre de 29/6 a 28/7.

A ideia básica —muitas vezes liderada por uma grande orquestra, que oferece os seus próprios músicos e traz outros convidados e professores— é formar uma sinfônica com jovens estudantes e submetê-los a um laboratório prático intensivo.

Praticamente não há profissional de orquestra que não tenha, em sua juventude, passado pela experiência de um festival de verão, ou de inverno, como é o caso dos atuantes nas melhores orquestras brasileiras.
Por isso, a Orquestra do Festival (integrada por bolsistas pré-selecionados) é, e deve sempre ser, a prioridade do evento.

Neste ano, ela fará três diferentes programas: a “Sinfonia n.1” de Brahms, com regência de Alexander Liebreich; um programa dirigido por Neil Thomson; e um enérgico repertório comandado por Giancarlo Guerrero com obras de Marlos Nobre, Ravel e Villa-Lobos —Guerrero é cotado para assumir a Osesp em 2020.

Cabe mencionar a performance das sinfonias n.9 e n.10 do amazonense Claudio Santoro (1919-89), nascido há exatos cem anos, pelas orquestras Jovem do Estado de São Paulo e Filarmônica de Goiás, bem como os programas da Sinfônica do Paraná (tendo a violinista Francesca Dego como solista), do Coro da Osesp e da Camerata Antiqua de Curitiba.

O Festival também terá alguns dos nomes mais fortes do piano brasileiro, como Nelson Freire, que fará recital solo em São Paulo e também em Campos do Jordão, Jean-Louis Steuerman, Arnaldo Cohen e Miguel Proença.

Na comparação com os principais festivais que existem fora do Brasil, Campos do Jordão ainda perde pela ausência de um campus, com instalações adequadas para abrigar os bolsistas e professores, salas de ensaio etc., projeto tantas vezes prometido, anunciado e cancelado ao longo dos últimos 50 anos. 

Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (7), o governador João Doria (PSDB) afirmou que, com a participação superior de investimentos privados, inaugurada já nesta edição do festival, será possível retomar o tema e as mudanças.

Anunciadas com grande pompa, as novidades artísticas não desfiguram, felizmente, o cerne do festival. São bem-vindas, portanto, as apresentações gratuitas da Orquestra Jazz Sinfônica na praça do Capivari, em Campos do Jordão, ao lado de nomes importantes da música popular brasileira. Estão confirmados nomes como Fafá de Belém, Lenine, Toquinho e Mônica Salmaso.

10 atrações do festival

  1. Orquestra do Festival (com Giancarlo Guerrero). Campos, 27/7; São Paulo, 28/7

  2. Nelson Freire (piano solo). São Paulo, 8/7; Campos, 11/7

  3. Camerata do Festival com Arnaldo Cohen (piano). Campos: 19/7, São Paulo. 20/7

  4. Lenine com Jazz Sinfônica, na Praça do Capivari, Campos. Grátis. 20/7

  5. Orquestra Jovem do Estado de São Paulo. Campos, 30/6

  6. Orquestra Filarmônica de Goiás. Campos, 5/7; São Paulo, 7/7

  7. Camerata Antiqua de Curitiba (com Luis Otavio Santos). Campos, 26/7; São Paulo,  27/7

  8. Orquestra Sinfônica do Paraná (com Francesca Dego ao violino). Campos, 4/7

  9. Coro da Osesp (com Valentina Peleggi), Campos, 12/7

  10. Mônica Salmaso e Nelson Ayres, na Praça do Capivari, Campos. Grátis. 29/6

Ingressos vão de grátis a R$ 100; mais em festivalcamposdojordao.org.br

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.