Retrato de Velázquez da 'amante do Vaticano' é redescoberto e vai a leilão

Musa da obra, Olimpia Pamphilli foi uma das mulheres mais influentes de Roma no século 17

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'Retrato de Olimpia Maidalchini Pamphili', de Diego Velázquez

'Retrato de Olimpia Maidalchini Pamphili', de Diego Velázquez Divulgação

São Paulo

Uma pintura de Diego Velázquez que estava perdida há quase 300 anos foi redescoberta e agora vai a leilão com valor estimado entre € 2 milhões e  € 3 milhões. É um retrato de Olimpia Maidalchini Pamphilli, conhecida como uma das mulheres mais poderosas e influentes de Roma no século 17.

A pintura, da qual não se tinha notícias desde 1724, além de rumores de que já poderia ter sido destruída, chegou à casa de leilões Sotheby’s de Amsterdã há um ano e meio. Desde então, ela vem sendo avaliada por especialistas, que enfim atestaram sua autenticidade.

O "Retrato de Olimpia Maidalchini Pamphilli" será leiloado no dia 3 de julho pela Sotheby's de Londres. A venda ainda terá pinturas de Thomas Gainsborough, Sandro Botticelli e John Constable, entre outros.

“Velázquez é um dos titãs absolutos da Europa e da arte mundial. Este retrato é inquestionavelmente do interesse de eruditos e de admiradores de Velázquez ou semelhantes”, disse um especialista da casa de leilões, James Macdonald, ao jornal britânico The Guardian.

Além da importância de Velázquez, barroco de Sevilha que foi o principal retratista da corte espanhola e um dos grandes nomes do século 17, há a história da mulher retratada.

Olimpia Pamphilli era cunhada, amante e principal conselheira do papa Inocêncio 10º, tratada como “papisa”, tamanha era sua influência sobre as decisões da Igreja.

“Muitos dos cardeais estavam horrorizados com ela. Chamavam-na de ‘puta’ abertamente e eram conscientes de que ela compartilhava o leito com Inocêncio 10º. Mas as mulheres a adoravam. Tinha admiradoras que iam a Roma para aclamá-la toda vez que passava com sua carruagem”, disse à BBC a historiadora americana Eleanor Herman, que escreveu o livro “Mistress of the Vatican” (amante do Vaticano).

Ao Guardian, a escritora descreveu Olimpia como uma “rockstar barroca”, dizendo que ela era uma feminista que conseguiu comandar uma instituição —a Igreja Católica— “na qual as mulheres não tinham nenhum tipo de poder”. “Eles não conseguiam acreditar que uma mulher de origens modestas pudesse ter chegado tão alto."

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