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Série mistura crise migratória, fadas e sexo em universo vitoriano

'Carnival Row', que estreia na Amazon, tem no elenco Orlando Bloom e Cara Delevingne

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Los Angeles

“Carnival Row”, nova série original que estreia na Amazon nesta semana, é uma história de amor e violência num mundo onde imigrantes não são bem-vindos. 

A trama soa como um clichê tirado dos jornais de hoje, até conhecermos seus personagens fantásticos, liderados por uma refugiada que é também uma fada com lindas e longas asas.

Ao seu redor, estão criaturas com grandes chifres e pés de cavalos, desalojadas de suas terras por causa da invasão do homem. Humanos e não humanos habitam o bairro de Carnival Row, um universo vitoriano repleto de ruas escuras, soldados bêbados e bordéis de fadas.

Orlando Bloom (“O Senhor dos Anéis”) faz o detetive humano Philostrate, que está em busca dos responsáveis por uma série de ataques contra minorias, enquanto Cara Delevingne (“Esquadrão Suicida”) faz a fada Vignette, uma heroína que sobrevive a um acidente num barco de imigrantes logo no primeiro dos oito episódios.

Os dois tiveram um caso tórrido em batalhas anteriores, mas ela não imagina que ele esteja vivo em Carnival Row, onde ela é escrava de uma família rica. “É complicado fazer um personagem tão forte e não parecer cruel ou impiedosa. O desafio foi achar um equilíbrio. Ela tem empatia e compaixão”, disse Delevingne num evento em Los Angeles.

O seriado é baseado em obra de Travis Beacham, roteirista de “Fúria de Titãs” (2010) e “Círculo de Fogo” (2013). Foi escrito há mais de 16 anos, quando imigração fazia parte do noticiário, embora não com a força de hoje.

“Existe uma percepção de que ficção científica e fantasia são gêneros escapistas, mas suas histórias sempre foram enraizadas no mundo real. É um espelho da sociedade”, disse Beacham. “É um gênero que te transporta, sim, e também te mostra de onde você veio sob uma nova luz.”

Beacham escreveu o roteiro quando ainda era estudante de cinema, transformando as paredes de seu dormitório em mapas de ruas e prédios de Carnival Row. O projeto chegou a ficar anos em desenvolvimento com Guillermo del Toro e Neil Jordan. Com o passar do tempo, Beacham perdeu as esperanças de ver o trabalho nas telas.

“As pessoas viviam me perguntando o que ia acontecer e realmente partia meu coração dizer que eu não sabia”, disse. “Então, estar em Praga para as filmagens, caminhar pelos cenários, ver as pessoas fantasiadas foi muito surreal.”

Mesmo os atores traziam amigos para conhecer o set. “Não importa o quão frio estivesse em Praga, os cenários eram viscerais, você podia sentir o cheiro e se perder nos detalhes em cada quarto, cada esquina”, disse Delevingne, interrompida pelo colega Orlando Bloom: “Tinha uma cabeça de porco que começou a cheirar mal porque estava apodrecendo.”

Embora a história não consiga fugir do clichê imigrantes em perigo, o visual e a atmosfera fantástica do seriado enchem os olhos, assim como curiosidades desses personagens tão diferentes (um exemplo é a magia de fazer sexo com as fadas).

“O tema da série é pesado, muito real, com mortes e violência. Se não tivesse sexo, onde estaria a graça?”, brincou a atriz. “Não é nada objetificante. Sexo é lindo e necessário para as histórias.”

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