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Harvey Weinstein e mulheres que o acusam de assédio chegam a acordo provisório

Caso partes concordem, executivo não precisaria reconhecer casos publicamente, segundo o The New York Times

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São Paulo

O produtor cinematográfico Harvey Weinstein e os membros da diretoria de seu antigo estúdio podem ter chegado a um acordo judicial com várias das supostas vítimas do executivo, revelou uma reportagem do The New York Times publicada nesta quarta (11).

No valor de US$ 25 milhões, ou cerca de R$ 103 milhões, o acordo judicial faria com que Weinstein não precisasse reconhecer seus crimes publicamente ou pagasse pessoalmente indenizações às cerca de 30 mulheres, entre atrizes e ex-funcionárias, que o acusam de assédio sexual.

As informações foram dadas ao jornal por advogados envolvidos no processo. Eles ainda afirmam que as partes mais importantes aceitaram o acordo premilinarmente.

Caso fechado, o acordo encerraria quase todos os processos movidos contra Weinstein e seu estúdio.

Vale lembrar que todos esses processos pertencem à esfera cível, já que muitos deles não podem ser enquadrados na área penal ou já prescreveram, tendo ocorrido anos atrás.

Weinstein tem apenas dois processos criminais contra ele, sobre os quais ele se declara inocente. Uma mulher o acusa de estuprá-la num hotel em 2013, enquanto outra alega que o produtor praticou sexo oral nela à força em 2006.

Os dois casos serão julgados em Manhattan, Nova York, em 6 de janeiro de 2020. O produtor pode ser condenado à prisão perpétua por eles.

Já no caso do acordo cível, para ele ser firmado, são necessárias a aprovação da corte e a assinatura de todas as partes envolvidas no processo, o que incluiria mulheres não só dos Estados Unidos, mas também do Canadá, do Reino Unido e da Irlanda. A indenização milionária seria paga pelas seguradoras do antigo estúdio de Weinstein.

A conta faria parte de um acordo de US$ 47 milhões (quase R$ 194 milhões) que busca encerrar as obrigações da produtora, segundo advogados que preferiram não ser identificados.

Questionadas pelo The New York Times, as supostas vítimas de Weinstein e os advogados delas afirmam que o acordo não é ideal, mas que uma combinação de fatores acabou fazendo com que elas estivessem do lado mais frágil das negociações.

Duas das acusadoras, a produtora Alexandra Canosa e a atriz Wedil David, afirmaram que se retiraram da tentativa de acordo e que pretendem contestá-lo judicialmente.

Ainda segundo o The New York Times, representantes de Weinstein preferiram não comentar a reportagem, enquanto os advogados dos membros da diretoria e das demais partes envolvidas no processo não responderam aos pedidos de entrevista do jornal.
 

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