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Arlequina de Margot Robbie transforma Gotham em cidade tecnicolor e maníaca

Trupe de anti-heroínas comandada pela atriz guia o longa, exibido na CCXP em primeira mão

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São Paulo

A Gotham que aparece nos quatro primeiros minutos de “Aves de Rapina”, revelados ao público num painel da Comic Con Experience, vulgo CCXP, nesta quinta (5), é muito diferente daquela cidade decadente e sombria dos filmes do Batman. Pelo contrário, é colorida, viva, excessiva.

O cenário, afirma a diretora Cathy Yan, é uma síntese da protagonista Arlequina, tão carismática quanto desequilibrada.

Além disso, enquanto Batman sobrevoa os arranha-céus da metrópole, a personagem que Margot Robbie estreou em "Esquadrão Suicida" perambula pelas ruas, batendo nos inimigos com um porrete. “A Arlequina nunca ocupa o centro do poder, está sempre ao lado dele. Por isso, queríamos explorar os lados periféricos de Gotham”, diz Yan.

Margot Robbie, no centro, caracterizada como a Arlequina em cena do filme 'Aves de Rapina'
Margot Robbie, no centro, caracterizada como a Arlequina em cena do filme 'Aves de Rapina' - Divulgação

Robbie, que também produziu o filme, concorda com a diretora. "Se os filmes do Batman se passavam em Manhattan, agora estamos no Bronx, no Brooklyn, no Queens", diz.

“Além disso, filmamos em Los Angeles, com menos da metade do orçamento que esses filmes costumam ter, então tudo é um pouco mais imperfeito”, acrescenta, explicando que o montante menor se deve à classificação etária do filme, de 18 anos.

Apesar da sinergia entre personagem e lugar e do subtítulo do filme, “Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa”, “Aves de Rapina” não é um filme solo, contrariando a tendência recente das adaptações de DC Comics, como “Coringa”, “Aquaman” e o próximo “Mulher Maravilha”.

A narrativa começa com a protagonista tentando superar um pé na bunda do Coringa, um processo que inclui adotar uma hiena de estimação e explodir um prédio.

À medida que a história avança, ela se junta com o restante das integrantes das tais Aves de Rapina, a Canário Negro (Jurnee Smollett-Bell), a Caçadora (Mary Elizabeth Winstead), e até uma ex-policial Renee Montoya, vivida por Rosie Perez (de "Faça a Coisa Certa", clássico de Spike Lee).

Tudo isso para resgatar a jovem Cassandra Cain (Ella Jay Basco) das garras de Roman Sionis, ou Máscara Negra, vivido por Ewan McGregor. Um segundo trailer exibido na CCXP, aliás, mostrou o ator usando a máscara típica do vilão pela primeira vez. Ele e o capanga Victor Zsasz (Chris Messina) foram os únicos do elenco principal a não participarem do painel.

Yan argumenta que não faria sentido contar uma história isolada sobre a Arlequina. “Acho que Margot [Robbie] conhece o suficiente da personagem para perceber que ela não consegue ficar sozinha. Ela está sempre com um castor ou uma hiena de estimação. Por muito tempo, não conseguiu se afastar nem mesmo do Coringa.”

Mais do que isso, afirma Robbie, seu objetivo desde o início era produzir um filme de ação protagonizado por uma trupe de mulheres.

“Na vida real, nós sempre andamos em bando. Meninas e senhoras estão sempre em grupo. Não entendia porque não víamos mais disso nas telas”, a atriz. “Além disso, acho que há uma concepção equivocada de que as mulheres não gostam de filmes de ação”, completa.

Mas os longas do tipo, em especial as releituras de franquias famosas, apontam o contrário. O aguardado “As Panteras” que estreou há três semanas, desta vez roteirizado e dirigido por uma mulher, foi um fracasso de bilheteria, tendo conquistado meros US$ 8 milhões (ou R$ 33 milhões), aproximadamente, até agora.

Versões de longas originalmente masculinos também foram menos bem-sucedidos do que seus antecessores, caso do último “Ghostbusters”, que fez um terço a menos da bilheteria que o longa homônimo dos anos 1980. Ou “Oito Mulheres e um Segredo”, que contabilizou pouco mais da metade da quantia faturada pelos dez gângsters comandados por George Clooney no longa de 2011.

Questionada sobre se teme que “Aves de Rapina” tenha o mesmo futuro, Robbie diz que "nunca se sabe".

“Mas acho que tudo o que posso esperar é que a resposta do público seja próxima daquela que esperamos", declara a atriz, que durante o painel declarou à plateia que "os homens também podem ser feministas". "Porque, dessa maneira, as pessoas são encorajadas a fazer filmes de ação femininos, ou só capitaneados por mulheres.”
 

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