O sul-mato-grossense Jânio da Silva Quadros teve uma ascensão espantosa na política paulista entre os anos de 1947 e 1954.
Mais surpreendente ainda foi a capacidade de Jânio, depois de eleito presidente em 1960,de incomodar tanto as correntes da direita quanto as forças da esquerda.
Político lembrado pelo jingle “Varre, varre, vassourinha”, ele é tema do 15º volume da Coleção Folha - A República Brasileira. Com lançamento no próximo domingo, dia 22, o livro é de autoria da jornalista Eliane Lobato.
A política econômica de sua gestão seguiu trilha ortodoxa, alinhada aos ditames do FMI, o Fundo Monetário Internacional. Previa, por exemplo, congelamento de salários. Era uma opção que agradava aos seus partidários da UDN e deixava os trabalhistas insatisfeitos.
Por outro lado, seu governo se aproximou de países socialistas com o objetivo de aumentar as exportações. Em meio a essas articulações, Jânio condecorou Che Guevara, então ministro cubano, em cerimônia em Brasília.
Iniciativas desse tipo causaram a ira de Carlos Lacerda, governador da Guanabara e um dos maiores entusiastas da candidatura de Jânio.
Com apoio cada vez menor dos parlamentares e em descrédito com os militares, ele renunciou ao cargo de presidente em 25 de agosto de 1961, apenas sete meses depois da posse. “Sinto-me, porém, esmagado. Forças terríveis levantam-se contra mim”, escreveu na carta de renúncia.
Jânio esperava que o povo se mobilizasse para levá-lo de volta ao Palácio do Planalto. Não foi o que aconteceu. Uma semana depois de deixar Brasília, ele tomou um navio em direção à Inglaterra.
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