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Réplica: Instituto é rigoroso na autenticação de obras de Antonio Bandeira

Sabendo da influência que têm certos marchands, não podemos achar normal a utilização desta Folha para veiculação de mentiras

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Nilson Bandeira Emanuell Bandeira

O Instituto Antonio Bandeira é uma entidade sem fins lucrativos e sem vínculo com comerciantes de obra de arte. Nosso objetivo é: catalogar, divulgar e zelar a obra de Antonio Bandeira, cumprindo seu papel legal de detentor dos direitos de imagem do artista.

O rigoroso processo de autenticação e registro das obras é feito considerando: documentos; origem e caminho da obra (provenance); análise pictórica e linguagem da composição; assinatura; comparação de datas e fases; cores usadas; composição química dos óxidos, solventes e óleos; espectrografia, para comparação de DNA através de raio-X por fluorescência; macrofotografia, para identificação da digital artística; suporte de pintura e imagem com ultravioleta. Procedimentos consolidados de análise científica, histórica e artística por técnicas não destrutivas.

Uma importante ação de divulgar o legado de Bandeira é a produção do catálogo —abrangendo em torno de mil obras—, patrocinado pela Fundação Edson Queiroz, com produção da Base7 e apoio deste Instituto.

Em 10 de dezembro, o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) abriu uma exposição individual de Bandeira com 60 obras; a qual o instituto autorizou e apoiou, ressaltando para a curadoria a importância da abrangência cronológica da exposição; bem como, e este aspecto é essencial, que se privilegiassem obras de colecionadores, visando a distinção entre interesses comerciais em uma mostra no MAM, que não leva esse objetivo.

Infelizmente, na mesma data, esta Folha publicou uma reportagem de Gabriela Longman, a qual sugere, de maneira irresponsável e leviana, que o instituto está autenticando obras “cuja proveniência é tida como duvidosa”, ou seja, falsas. Isto é, autenticando de maneira irresponsável obras que, e assim é falado: “valem entre R$ 2 e R$ 4 milhões”. Desnecessário dizer: há nesse texto uma sugestão clara de que o instituto autenticaria obras falsas por dinheiro. E assim continua: que o instituto “empacou” o processo de publicação do referido catálogo na exigência de que fossem incluídas obras “duvidosas”. 

Na ânsia ligeira de se apontar o dedo, se exagera e se mente: o instituto apoiou toda a edição do catálogo conforme a decisão da comissão técnica formada pela Base7 (comissão com total independência, tanto do patrocinador, quanto deste instituto); bem como já deu sua autorização, por escrito, para a publicação desde o início deste ano.

O instituto jamais foi ouvido sobre estas acusações. A jornalista entrou em contato, mas não para falar sobre autenticação de “obras duvidosas”. Fez perguntas aleatórias, fez um faz de conta. Resumindo: não houve o contraditório. E isso é grave, fere a verdade dos fatos, fere o bom jornalismo. Se constrói a história com um só lado? Sem rostos e sem nomes? 

Vale ressaltar: entendemos como natural o movimento de insatisfação de um ou outro marchand em tentar desacreditar este instituto em seu meio. Onde antes não existia uma autoridade legalmente constituída na regulação dos direitos de imagem do artista, agora há. Dessa maneira, discordamos, mas compreendemos a insatisfação. Onde antes somente a opinião deles bastava, hoje, não mais. Prática corrente, inclusive quando estes querem que o instituto certifique obras somente baseado em suas palavras e, claro, negamos. Não abrimos mão da perícia das obras.

Entretanto, ainda sabendo da influência que têm certos marchands, não podemos achar normal a utilização desta Folha para veiculação de mentiras com o intuito, não dito, desarrazoado, de prejudicar o instituto.

Sabemos da qualidade da Folha e de seu espírito plural. E é por isso que escrevemos à sociedade e à imprensa e convidamos a ver de perto como funciona o processo de autenticação de uma obra do Bandeira. A qualidade deste artista brasileiro solicita um espaço da arte à altura.

Nilson BandeiraEmanuell Bandeira são, respectivamente, presidente e conselheiro do Instituto Antonio Bandeira

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