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Novo acordo judicial impede vítimas de Weinstein de seguirem com processos

Profissionais que acusam o cineasta receberão quase US$ 19 milhões, mas ação pode inibir outras vias de compensação

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Nova York | AFP

Várias mulheres que sofreram assédio e agressão sexual quando trabalhavam para Harvey Weinstein, condenado por estupro e outras acusações em fevereiro, receberão quase US$ 19 milhões (equivalente a R$ 101,9 milhões) no âmbito de uma ação coletiva, anunciou a procuradora-geral de Nova York.

Os pagamentos, que devem ser aprovados por dois tribunais, são o resultado de uma demanda apresentada contra o ex-produtor de cinema —que atualmente cumpre uma pena de 23 anos de prisão— e o estúdio The Weinstein Company.

"Harvey Weinstein e The Weinstein Company falharam com suas funcionárias. Depois de todo o assédio, ameaças, discriminação e discriminação de gênero, estas sobreviventes finalmente receberão algo de justiça", afirmou a procuradora Letitia James em um comunicado.

O processo estabelece que Weinstein "forçou funcionárias a estabelecerem contatos sexuais não desejados para manter seus empregos ou avançar em suas carreiras".

Harvey Weinstein chega em tribunal de Manhattan, em Nova York, nos Estados Unidos, em fevereiro de 2020
Harvey Weinstein chega em tribunal de Manhattan, em Nova York, nos Estados Unidos, em fevereiro de 2020 - Johannes Elsele/AFP

Um advogado de várias vítimas de Weinstein criticou o acordo proposto.

Douglas Wigdor —que tem entre suas clientes Tarale Wulff, uma garçonete que afirmou no julgamento de Weinstein que foi estuprada no apartamento de Nova York do ex-produtor em 2005— descreveu o acordo como uma "completa traição".

Ele disse que, pelo acordo, Weinstein "não aceita responsabilidade por suas ações" e não pagará com seu próprio dinheiro.

Wigdor também afirmou que a proposta impede as vítimas que não desejam aceitar o acordo de buscar outras vias de compensação e que, portanto, vai contestar o mesmo no tribunal.

A declaração da procuradora-geral não menciona um acordo de US$ 25 milhões (R$ 134,1 milhões) alcançado com dezenas de mulheres em dezembro.

Weinstein foi declarado culpado em fevereiro por ato sexual criminoso e estupro, em um veredicto chave para o movimento MeToo.

A sentença anunciada no mês seguinte representou a queda definitiva do ex-produtor de cinema de 68 anos, que foi acusado de comportamento sexual agressivo por quase 90 mulheres, incluindo as atrizes Angelina Jolie e Salma Hayek.

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