Filme de Danilo Gentili acusado de pedofilia entra nos mais vistos da Netflix

'Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola', do humorista, deve sair da plataforma segundo determinação do governo

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São Paulo

O filme "Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola", com o ator e comediante Danilo Gentili, alcançou neste momento a quarta posição na lista dos dez filmes mais vistos na Netflix. O filme teve um aumento de audiência desde que membros do governo Bolsonaro o acusaram de conter apologia à pedofilia nas redes sociais.

O filme, que também conta com a atuação de Fábio Porchat, foi lançado nos cinemas em 2017 e chegou à Netflix no início de fevereiro deste ano, além de estar disponível no catálogo de diversos serviços de streaming.

Cena de 'Como se tornar o pior aluno da escola' - Divulgação

Em determinação publicada no Diário Oficial da União nesta terça (16), a Secretaria Nacional do Consumidor, em conjunto com o Ministério da Justiça e da Segurança Pública suspenderam a exibição do filme em todos os serviços de streaming.

A polêmica em torno do filme começou quando Mario Frias, secretário especial da Cultura, postou um trecho do longa em seu perfil numa rede social. Na cena destacada, o personagem de Porchat instiga dois garotos menores de idade a pararem de discutir e pede que o masturbem. As crianças reagem com surpresa, negando o pedido.

A comédia tem uma cena em que o personagem de Porchat pede que duas crianças que o masturbem. Os garotos reagem com surpresa, negando o pedido.

"O que é isso, preconceito nessa idade? Isso é supernormal, vocês têm que abrir a cabeça de vocês", diz o personagem interpretado por Porchat, que em seguida abre a braguilha da calça e puxa a mão de um dos meninos em direção a ela.

Segundo Frias, a cena é uma afronta às famílias, e o longa usa a pedofilia como forma de humor. Nesta segunda (14), o ministro da Justiça Anderson Torres chamou o filme de asqueroso e afirmou que tomaria providências. Sua colega Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, também criticou o filme e pediu que se tomassem medidas cabíveis sobre o produto audiovisual.

Em uma longa resposta, Porchat afirmou à Folha que "temas superpesados são retratados o tempo todo no audiovisual". O ator fez uma defesa de filmes de ficção e disse que quando um vilão faz coisas horríveis num longa, ​"isso não é apologia ou incentivo àquilo que ele pratica, isso é o mundo perverso daquele personagem sendo revelado". Ele afirmou ainda que "é tudo mentirinha".

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