Descrição de chapéu Cinema

'Elvis' de Baz Luhrmann leva Tom Hanks e ex-estrela do Disney Channel a Cannes

Diretor embala relação do roqueiro com a música e as drogas em sua fórmula de espetáculo e purpurina

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Cannes (França)

O Festival de Cannes estendeu seu tapete vermelho a Baz Luhrmann mais uma vez nesta quarta-feira, para que o diretor australiano exibisse "Elvis". O filme é não só um dos títulos mais disputados desta edição do evento francês, como também um dos mais aguardados nos cinemas mundo afora neste ano.

Cinebiografia de Elvis Presley, a obra é a quarta de Luhrmann a ser exibida na Riviera Francesa, de um total de apenas seis longas que ele dirigiu em toda a carreira. Seu ano de debutante foi 1992, quando foi premiado na mostra Um Certo Olhar por "Vem Dançar Comigo", que nesta 75ª edição de Cannes teve uma sessão especial na praia.

cena de filme
Austin Butler em cena do filme 'Elvis', dirigido por Baz Luhrmann e exibido no Festival de Cannes de 2022 - Divulgação

Quase uma década depois, esteve na competição pela Palma de Ouro com o sedutor "Moulin Rouge: Amor em Vermelho" e, na década seguinte, fez história ao se tornar o único cineasta a abrir o festival duas vezes, com "O Grande Gatsby".

Agora, ele tenta mais uma vez deslumbrar o público cinéfilo com suas tintas metálicas, figurinos cintilantes e cenários pomposos, com algumas poucas sessões especiais de "Elvis" e um dos tapetes vermelhos mais concorridos desta edição.

Por ele passou, na noite desta quarta, Tom Hanks, principal nome do filme e uma das primeiras estrelas hollywoodianas a contrair Covid, há dois anos, justamente durante as filmagens de "Elvis".

Os flashes dos fotógrafos capturaram o ator e também outras celebridades convidadas para a gala, como Casey Affleck, Naomi Kawase, Sharon Stone, Claude Lelouch, Ricky Martin, Kylie Minogue, Shakira e Olivia DeJonge, que está no elenco.

Baz Luhrmann, Jerry Schilling, Priscilla Presley e os atores Tom Hanks, Austin Butler, Olivia DeJong, Natasha Bassett e Alton Mason na sessão de fotos para a imprensa de 'Elvis', no tapete vermelho do Festival de Cannes de 2022 - Piroschka Van De Wouw/Reuters

A energia na sala de exibição, o Grande Teatro Lumière, com capacidade para 2.300 pessoas, era eletrizante, ecoando aquela que acompanhou o rei do rock sempre que ele subia ao palco.

Pelo tapete vermelho também desfilou a estrela de "Elvis", Austin Butler. Com o filme, que vem na esteira de sua participação em "Era Uma Vez em… Hollywood", o ator de 30 anos desbrava a indústria como uma de suas novas promessas.

Sob as grifes Luhrmann e Tarantino, ele se descola da imagem de galã infantojuvenil, nascida em seus anos de filmes e séries da Nickelodeon e do Disney Channel, como "Zoey 101" e "Hannah Montana". Para encabeçar a cinebiografia do rei do rock, ele desbancou nomes fortes e mais populares, como Harry Styles, Ansel Elgort, Miles Teller e Aaron Taylor-Johnson.

E apesar de a escolha por Butler parecer estranha diante dessa lista, o ator mostra a que veio já no início de "Elvis", um filme que mostra todo o glamour da carreira do cantor, como é essencial em um Baz Luhrmann, mas que também dá um belo espaço para os problemas com drogas e a relação conturbada com seu agente, Colonel Tom Parker, papel de Hanks.

Em tempos de cinema e brilho na costa francesa, vale dizer que é mais uma trama de "décadence avec élégance", como as outras dirigidas pelo australiano, tão afeito às tragédias embaladas em purpurina e espetáculo.

Os elementos clássicos de Luhrmann estão todos lá. Fogos de artifício, uma trilha sonora anacrônica, um narrador melancólico e um amor inabalável —de Elvis pela música e também por Priscila Presley, que esteve presente na sessão e estava bastante emocionada em seu final.

Outra Presley em Cannes é Riley Keough, sua neta, que levou seu filme "War Pony" para a mostra Um Certo Olhar.

"Elvis" pareceu agradar e recebeu aplausos do público presente, que estava em pé, por cerca de sete minutos. O longa é um dos poucos títulos exibidos em Cannes pelos quais os brasileiros não vão precisar esperar tanto –o filme deve chegar aos cinemas do país em 14 de julho.

E, como insistiu seu estúdio com adiamentos causados pela Covid, é um banquete visual, uma fanfarra musical. Um espetáculo para ser visto na telona.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.