Descrição de chapéu Televisão Eleições 2022

Ana Maria Braga, do Mais Você, explica por que não revela voto nas eleições 2022

Apresentadora da TV Globo apoiou Fernando Henrique Cardoso contra Lula em 1998, mas desde então se afastou de política

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São Paulo

Às vésperas destas que devem ser as eleições mais acirradas desde a redemocratização do país, com um número crescente de celebridades que pedem a cabeça de Jair Bolsonaro e a volta de Lula, Ana Maria Braga prefere não declarar voto a político nenhum.

Retrato da apresentadora Ana Maria Braga, do Mais Você
Retrato da apresentadora Ana Maria Braga, do Mais Você - Eduardo Knapp/Folhapress

A apresentadora de 73 anos, que a partir de segunda-feira vai ocupar o centro das manhãs da TV Globo, alternando o horário do Mais Você com o do Encontro, já trabalhou como assessora de imprensa de Sylvia Maluf quando seu então marido, Paulo, foi eleito prefeito de São Paulo, no início da década de 1970.

Desde que estreou na TV, em 1977, no entanto, Ana Maria se afastou da política. Uma das raras exceções foi em 1998, quando declarou voto em Fernando Henrique Cardoso numa entrevista a Marília Gabriela.

"Eu disse que votaria no FHC porque eu acreditava nele —e acredito até hoje", disse à Folha. "Mas não tiro fotos nem vou a festas com políticos. Não é medo de incomodar, porque tem muita gente que se expõe e continua fazendo sucesso, acertando ou não. É que os políticos prometem coisas que não tenho certeza se vão cumprir. Não coloco minha credibilidade em risco. Se eu falar, as pessoas acreditam, e nisso posso levar muita gente a quebrar a cara comigo."

Não que Ana Maria possa se manifestar como quiser. Da mesma maneira como atores da TV Globo não podem se posicionar em novelas, filmes ou seriados, apresentadores tampouco têm permissão para dizer em seus programas em quem vão votar. Eles até podem se posicionar, mas só em entrevistas ou eventos, como fez Gil do Vigor ao ir ao casamento de Lula. São, ainda, vetados de participar de comerciais ou qualquer outro material de campanhas políticas.

Por isso, a apresentadora se posiciona à própria moda. Ao fim do primeiro mandato de Dilma Rousseff, em 2014, ela vestiu um colar feito de tomates para satirizar o preço dos alimentos, o que voltou a fazer na gestão de Jair Bolsonaro com colares de arroz, cenoura e até de remédios, além de uma bolsa de botijão de gás. O Louro José, criado para manter as crianças que assistiam à TV Globinho vidrados no Mais Você, também se manifestava.

"O Louro sempre foi um alter ego meu para isso. Às vezes, a gente via tanta palhaçada no Bom Dia Brasil que o Louro entrava com um nariz de palhaço. A gente não dizia absolutamente nada, mas, como vínhamos depois do jornal, todo mundo entendia. É uma forma subliminar e irreverente de você dizer ‘puta que o pariu, que merda está acontecendo?’. Os colares são uma crítica independentemente do político ou do partido."

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