A dupla Chitãozinho e Xororó celebra 50 anos de carreira, depois de transformar o sertanejo e ajudar a pôr o ritmo no cardápio dos mais consumidos do país.
No começo, os irmãos faturavam pouco. Mas, mesmo depois, quando a carreira decolou, os dois dizem que nunca tiveram cachês astronômicos —ao contrário do que acontece com grandes estrelas do sertanejo atualmente.
Recentemente, nomes como Gusttavo Lima e Zé Neto & Cristiano figuraram no noticiário por receberem de prefeituras cachês que beiram ou ultrapassam R$ 1 milhão para tocar em cidades com poucos milhares de habitantes. Os casos ficaram conhecidos como "CPI do sertanejo" nas redes sociais.
"Acho que as coisas têm que ser às claras. É ridículo um artista cobrar um cachê milionário numa cidade pequenininha de tantos mil habitantes e aquele dinheiro ser tirado do próprio povo", diz Xororó.
"Não tem lógica um negócio desse. Não tem cabimento nem o prefeito fazer isso nem o artista também receber, mas cada um é cada um. A gente se preocupa muito com isso e acho que tem que se preocupar. Estamos aqui há mais de 50 anos, não é à toa."
Na segunda metade dos anos 1980, diz Chitãozinho, eles eram uns dos poucos artistas que movimentavam as massas. A certa altura, completa o irmão, eles tinham que viajar com dois jatinhos para dar conta da estrutura de banda e palco. "Fizemos 285 shows em um ano, mas ficamos doentes."
Hoje, eles celebram o pioneirismo com uma agenda bem mais confortável —uns seis shows por mês–, e seguem consagrados como um dos pilares do sertanejo pop.
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