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Klara Castanho dá exemplo ao processar Leo Dias e Fontenelle

Com atitude, atriz apoia mulheres que se sentem culpadas e com vergonha após terem sido violentadas nas redes sociais

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A Netflix não teria motivos para editar a segunda temporada da série "Bom Dia, Verônica", apesar de a possibilidade ter sido aventada após a divulgação do caso Klara Castanho.

A atriz Klara Castanho e o jornalista Leo Dias
A atriz Klara Castanho e o jornalista Leo Dias - Instagram/Record

Klara Castanho, que na série contracena com Reynaldo Gianecchini na figura de um pai abusivo e incestuoso, na vida real teve de revelar, por meio de suas redes sociais, que engravidou após ter sido vítima de estupro e iria encaminhar a criança para a adoção.

Se na história sua personagem, Ângela, reage à situação ao ser confrontada por seu progenitor, Castanho não fez diferente. Depois de ter sido exposta na internet, em junho deste ano, pelo jornalista Leo Dias, pela apresentadora Antonia Fontenelle e pela youtuber Adriana Kappaz, a atriz decidiu entrar com uma queixa-crime por difamação, calúnia e injúria.

Fontenelle chegou a dizer em uma live que a atriz "não quis olhar para o rosto da criança". Chamou a história de "monstruosa" e disse que a doação seria "abandono de incapaz". Já Leo Dias afirmou que Castanho seria "uma atriz que vende uma imagem que todo mundo acha que é santinha, que tem uma história de trama e que o que ela fez é de perder a fé na humanidade".

Prova de que as redes sociais não servem apenas para punir e humilhar, Castanho pode ter sido muito atacada, mas recebeu também uma enxurrada de mensagens de solidariedade tanto de famosos quanto de anônimos. Passado um tempo distante da internet, voltou para dizer obrigada e tomar as medidas cabíveis para punir aqueles que a afrontaram.

A atriz, de 21 anos, agora mostra também que um pedido de desculpas, vindo de um jornalista irresponsável, não é suficiente para apagar as palavras ditas na internet, que podem se cristalizar como quaisquer dizeres, mas têm um alcance ainda maior do que aquelas ditas cara a cara.

Por ter se sentido humilhada, como milhões de mulheres são todos os dias nas redes sociais e ainda ter de lidar com a vergonha e a culpa pelo ocorrido, a artista resolveu elevar a esfera da discussão da vida virtual para a criminal. Se condenados, as penas podem chegar a dois anos de prisão.

Vale lembrar que, antes disso, Castanho ainda teve de amargar uma derrota na Justiça em processo movido contra Fontenelle. A atriz queria que o discurso em vídeo sobre ela fosse retirado das redes sociais.

No entanto, a juíza Flávia de Almeida Viveiros de Castro, da 6ª Vara Cível da Regional da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, disse que "não se pode censurar um discurso, por mais que com ele não concordemos".

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