Descrição de chapéu Erasmo Carlos

Relembre os grandes discos de Erasmo Carlos, de 'A Pescaria' a 'Carlos, Erasmo'

Morto nesta terça-feira aos 81 anos, representante da Jovem Guarda gravou mais de 30 álbuns de estúdio e ao vivo

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São Paulo

O cantor Erasmo Carlos, morto nesta terça-feira, foi um dos maiores nomes da história da música nacional. A morte foi confirmada pela gravadora Som Livre, em seu perfil numa rede social, mas a causa não foi informada. Ele estava internado num hospital na zona oeste do Rio de Janeiro.

Erasmo Carlos, cantor morto nesta terça-feira - João Cotta/Globo

Erasmo compôs dezenas de canções clássicas e lançou mais de 30 discos, somando os feitos em estúdio e os gravados ao vivo. Obcecado desde a adolescência por Elvis Presley e Little Richard, ele foi um dos maiores símbolos do rock brasileiro, um astro que encarnou a imagem do rebelde e cantou sobre carros vermelhos, gatinhas manhosas e sua própria fama de mau.

Relembre a seguir dez dos seus álbuns mais importantes.

A Pescaria (1965)
Após o sucesso de compactos nos anos anteriores, este álbum de estreia reuniu clássicos definitivos da Jovem Guarda —desde "Festa de Arromba" e "Sem Teu Carinho" até "Minha Fama de Mau", o grande sucesso do Tremendão. A sonoridade próxima do surf rock se unia a uma declaração de guerra com os britânicos em "Beatlemania".


Erasmo Carlos e Os Tremendões (1970)
Após anos de sucesso da Jovem Guarda na TV, o movimento entra em declínio após 1968 e Erasmo dá um salto de maturidade e se alinha à musicalidade mais complexa da época em tom de manifesto. "Estou Dez Anos Atrasado" e "Teletema" são bons exemplos dessa mudança num disco que tem ainda músicas de Caetano Veloso e Ary Barroso.


Carlos, Erasmo (1971)
O disco da tal "fase hippie" do cantor não teve tanto reconhecimento na época, mas foi redescoberto recentemente pelo seu tom tropicalista com hinos como "Gente Aberta", célebre por ter se tornado a favorita da redação de O Pasquim na prisão; e "De Noite na Cama", composição de Caetano. O álbum mistura rock e samba e o erotismo com a afeição.


Sonhos e Memórias (1941-1972)
O álbum marca uma nova crise particular do cantor, do alto dos seus 30 anos. Autobiográfico e reflexivo, com muitas composições próprias de Erasmo, com algum toque de Roberto Carlos. Aqui o samba e o jazz predominam dando gingado ao rock, colorindo letras elegantes e utópicas como "Meu Mar", "Mané João" e "Vida Antiga".

"Sonhos e Memórias", de 1972
Capa do disco "Sonhos e Memórias", de 1972 - Divulgação

1990 – Projeto Salva Terra! (1974)
A fama de mau do Tremendão se fundiu com novas sonoridades nesse álbum que teve uma repercussão nas rádios que os discos anteriores não conseguiram. Com tons de futurismo, pop e folk, o disco traz sucessos como "A Lenda de Bob Nelson", "1990’ e "Haroldo, o Robô Doméstico" —este último com ecos do tom trágico de músicas de Chico Buarque.


Banda dos Contentes (1976)
As canções "Paralelas", "Análise Descontraída" e "Filho Único" –esta que explodiu na trilha sonora da novela "Locomotivas"–, são alguns dos clássicos que aparecem neste disco, cheio do rock de Erasmo. A faixa "Queremos Saber", a terceira do álbum, é uma composição de Gilberto Gil.


Amar para Viver ou Morrer de Amor (1982)
Erasmo considerava a canção que deu nome a este disco uma de suas músicas mais bonitas, segundo o site do cantor. Um dos destaques do álbum é a faixa "Mesmo Que Seja Eu", composta por Erasmo ao lado do seu parceiro Roberto Carlos. Na capa, ousada para a época, o Tremendão rasga o peito para libertar uma pomba branca.

"Amar pra Viver ou Morrer de Amor", de 1982
Capa de "Amar pra Viver ou Morrer de Amor", de 1982 - Divulgação

Gigante Gentil (2014)
Lançado em 2014, o disco abre com rock and roll na faixa "Gigante Gentil", que dá nome ao álbum e era também um dos apelidos do cantor. É um disco cheio de baladas, em que Erasmo fala de amor e sexo, como fez ao longo da carreira. "Todas as manhãs de sol, estão intactas na memória", canta ele na canção "Manhãs de Love".


Meus Lados B (Ao Vivo) (2015)
Erasmo também foi além do rock e das baladas românticas. No disco "Meus Lados B (Ao Vivo)", o cantor reuniu faixas menos conhecidas do seu repertório, que vão do samba a ritmos tradicionais do Nordeste. Há até letras de cunho social, como "Maria Joana", que faz referência à maconha e foi censurada em 1971.


‘O Futuro Pertence à... Jovem Guarda’ (2022)
O último disco de Erasmo Carlos rendeu a ele o Grammy Latino de melhor álbum de rock/música alternativa em língua portuguesa na última sexta-feira (18). O projeto reúne faixas que remontam à época da Jovem Guarda, como "Esqueça", de Roberto Carlos, "O Ritmo da Chuva", de Demétrius, e "Devolva-me", gravada pela dupla Leno e Lilian.

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