Descrição de chapéu

Casa de Vidro mostra que votar no Bolsonaro é morte certa no BBB

Patrulheiros da internet procuram relações com o ex-presidente nas redes para cancelar os cotados para o reality da Globo

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A disputa política que transformou o Brasil num campo de batalha nos últimos meses foi levada agora às telas da Globo com a Casa de Vidro, dinâmica que dá pontapé à nova edição do Big Brother Brasil.

Mesmo depois de quase três meses da vitória de Lula, do PT, há fãs do reality que não querem ver possíveis votantes de Bolsonaro no programa e fazem um escarcéu nas redes sociais para que isso não aconteça.

Manoel Vicente, Giovanna Leão, Gabriel Tavares e Paula Freitas são os participantes da Casa de Vidro do BBB 23
Manoel Vicente, Giovanna Leão, Gabriel Tavares e Paula Freitas são os participantes da Casa de Vidro do BBB 23 - @bbb no Instagram

A empresária Giovanna Leão e o modelo Gabriel Tavares, dois dos escolhidos para a Casa de Vidro, já foram taxados de bolsonaristas pelos patrulheiros da internet. Leão, de 25 anos, está sendo criticada por causa de tuítes publicados há anos.

Em 2018, a garota fez um comentário ácido sobre Lula no Twitter, resgatado em prints que viralizaram nesta quarta-feira, quando a Casa de Vidro abriu as portas. "Já fui despejada de três casas, na chuva entrava água do telhado e destruía todos os móveis. Meus pais passavam fome enquanto eu era amamentada e tu tá pagando de pobrezinha na internet? Tudo que eu tenho hoje garanto que não é por Lula", escreveu.

Em 2019, afirmou que era difícil ser contra Lula e Bolsonaro ao mesmo tempo. "Se tu não gosta de um automaticamente te colocam como alguém que idolatra o outro", escreveu. Apesar disso, a paulista fez o "L" com as mãos para os curiosos que rodeavam o aquário de vidro erguido no Shopping Via Parque, no Rio de Janeiro.

Há quem já esteja torcendo o nariz para Tavares também. O modelo, de 24 anos, é seguido no Instagram por Jair Renan Bolsonaro, um dos filhos do ex-presidente. "Já vi aqui na internet que a Giovanna é racista e o Gabriel é bolsonarista. O Boninho escolhe, escolhe e coloca a pior espécie de gente no BBB", escreveu uma anônima no Twitter.

Pessoas na área externa do aquário questionaram Tavares sobre o assunto. Ele se defendeu dizendo que não sabia porque Renan o segue. "Se eu fosse amigo dele, eu o seguiria. Quem não deve não teme. Aliás, se o pai dele souber que ele me segue, não vai gostar. Ele vai ficar puto", afirmou, dando a entender que votou em Lula.

A Casa de Vidro vai abrigar nos próximos dias Leão, Tavares, a biomédica Paula Freitas, de 28 anos, e o psiquiatra Manoel Vicente, de 32. O público deve escolher dois deles, um homem e uma mulher, para ser premiado com uma vaga no BBB 23.

Não é a primeira vez que participantes do BBB se envolvem em polêmicas por causa de Bolsonaro. O caso mais emblemático foi o de Sarah Andrade, do BBB 21, que começou como favorita ao lado de Gil do Vigor e Juliette, mas perdeu a simpatia do público após demonstrar apoio ao ex-presidente.

Numa conversa com os colegas de confinamento, Andrade sugeriu que pudesse ter acontecido o impeachment de algum presidente durante o tempo em que estavam no programa. "Não do nosso. Eu gosto dele", afirmou.

Em outro momento, disse que parou de seguir Bolsonaro nas redes sociais só porque sabia que isso poderia causar polêmica. Ela não estava errada. Andrade foi eliminada com 76,76% dos votos depois de afundar o seu favoritismo.

O cantor sertanejo Rodolffo, da mesma edição, também ganhou a antipatia de quem não gosta de Bolsonaro. Um vídeo do artista declarando voto no ex-presidente viralizou enquanto ele estava no reality. "O voto é secreto, mas hoje vou tornar o meu público. Eu voto em Rodolffo Bolsonaro", disse na época um internauta no Twitter. O cantor foi eliminado depois com 50,48% num paredão triplo.

Naiara Azevedo, outra cantora sertaneja, se envolveu numa polêmica parecida na edição do ano passado. Vieram à tona nas redes imagens em que Azevedo aparecia ao lado de Bolsonaro e sorrindo com Mario Frias, o ex-secretário especial da Cultura, num almoço que ocorreu no auge da pandemia de Covid-19.

Sabendo que isso provavelmente causaria polêmica, a cantora fez questão de justificar o encontro com Bolsonaro numa conversa com outras participantes ainda no início do programa. Azevedo afirmou que só queria questionar o governador sobre apoio financeiro ao setor cultural. Apesar de ter conquistado a simpatia do público depois, a artista foi a terceira eliminada da edição.


Natália Deodato, daquela mesma edição, também entrou na casa malvista. Além de seguir o ex-presidente no Instagram, a modelo seguia também a página "Direita Vespasiano", que diz ser uma instituição conservadora que luta pela manutenção dos valores da família. Não soou bem para ela, que foi eliminada com mais de 80% dos votos.

Por mais que a Globo tente refrear comentários políticos, parece impossível que os nomes de Lula e Bolsonaro não sejam levados ao reality após eleições que racharam o país ao meio. Resta saber quem serão os participantes anunciados nesta quinta-feira. Os sentinelas da internet certamente estarão de olho em busca do próximo cancelado.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.