Descrição de chapéu quadrinhos

Galvão Bertazzi, que criou a série 'Vida Besta', passa a publicar tirinhas na Folha

Quadrinista promete trabalhos que não vão falar só de política, mas devem escancarar o que chama de absurdo do cotidiano

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São Paulo

Galvão Bertazzi, quadrinista conhecido pela série "Vida Besta", estreia nesta segunda-feira uma tirinha fixa na Folha. Os trabalhos serão publicados nas edições impressas de segunda a sábado na Ilustrada e no site do jornal.

Ele se junta a um time de quadrinistas fixos formado ainda pelos artistas Laerte, Caco Galhardo, Fernando Gonsales, André Dahmer, Fabiane Langona e Estela May.

Na ilustração de Galvão Bertazzi temos uma bactéria usando a faixa presidencial, nas cores verde e amarelo. Ela é gosmenta, com pêlos em volta de sua membrana e tem dentes à mostra e apenas um olho enorme. Ela está inserida num fundo de sangue vermelho comunista.
Ilustração de Galvão Bertazzi para coluna de Flavia Boggio - Galvão Bertazzi

"Espero que, publicando diariamente, minhas tirinhas na Folha ganhem vida própria. A brincadeira, que é muito séria, vai ser criar um universo dentro dessas histórias, para continuar publicando e propondo maluquices para as pessoas por muitos anos", diz.

Bertazzi já havia publicado tiras quando Laerte ficou afastada depois de ser internada com Covid-19, no ano retrasado. Ele ainda cria ilustrações que acompanham as colunas semanais de Flávia Boggio, também na Ilustrada.

"Eu cavo esse espaço na Folha há muito tempo, mas só agora o meu trabalho está maduro o suficiente para desfilar ao lado de tanta gente massa. É como um novo projeto de vida se iniciando", afirma.

"Vida Besta", principal trabalho de Bertazzi, foi criado em 1998 e atualmente reúne um acervo de mais de 5.000 histórias, muitas delas disponíveis em sua página no Instagram. Algumas aparecem em formato impresso, na coletânea "Vida Besta: Fim do Mundo", publicada pela editora Mino no ano passado.

Sob o mote da banalidade da vida cotidiana e a falta de um sentido maior para a existência, as tirinhas abraçaram o caos do Brasil pandêmico e bolsonarista nos últimos anos, com as cores fortes, em especial vermelhos e laranjas, intensificando o senso de catástrofe do humor de Bertazzi.

Esse tom deve aparecer, agora, nas páginas do jornal. O cartunista promete trabalhos que não vão falar necessariamente de política, mas vão se apropriar de fatos do noticiário para escancarar o que chama de absurdo do dia a dia.

"Gosto de falar de como o absurdo político atinge o cotidiano. Se tem alguma bizarrice no governo —como houve muito no de Bolsonaro, mas que espero que não se repita com o Lula—, vou pegar ganchos para as piadas."

Com a estreia de Bertazzi, o cartunista Adão Iturrasgarai deixa de publicar na Folha.

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