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Homem que roubou obras de Margaret Atwood e Sally Rooney assume culpa do crime

De 2016 até a sua prisão, o italiano se fez passar por pessoas do mercado editorial, mediante o envio de emails falsos

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Nova York | AFP

Um italiano admitiu nesta sexta-feira (6) que roubou mais de 1.000 manuscritos inéditos, inclusive de autores famosos, solucionando um mistério que envolvia há anos o mundo literário.

A escrita Margaret Atwood - AFP

Filippo Bernardini, 30, declarou-se culpado de fraude eletrônica, anunciaram os promotores federais de Nova York. Ele trabalhava em Londres para a editora Simon & Schuster e se fez passar por agentes e editores por meio de emails para obter romances e outras obras dos escritores e de seus representantes.

A fraude era conhecida há anos nos círculos literários. Entre os romancistas supostamente afetados estão Margaret Atwood, Ian McEwan e Sally Rooney.

A manobra tornou-se pública em janeiro, quando Bernardini foi preso por agentes do FBI no aeroporto JFK, em Nova York. De agosto de 2016 até a sua prisão, o italiano se fez passar por centenas de pessoas do mundo editorial, mediante o envio de emails a partir de contas falsas.

Os endereços se pareciam com os nomes de domínio de editoras legítimas, mas com alguma letra alterada. Segundo os promotores, Bernardini registrou mais de 160 domínios fraudulentos.

"Filippo Bernardini usou seu conhecimento interno da indústria editorial para criar um esquema no qual roubou obras preciosas de autores e ameaçou a indústria editorial", explicou Damian Williams, procurador federal para o Distrito Sul de Nova York.

A motivação de Bernardini nunca ficou clara. As supostas vítimas ficaram perplexas com o fato de os roubos nunca terem sido seguidos de pedidos de dinheiro e das obras não terem aparecido na internet ou na deep web.

A Simon & Schuster, que não foi acusada de irregularidades, expressou "choque e horror" ao saber das acusações. "A proteção da propriedade intelectual dos autores é de máxima prioridade para nós", assinala um comunicado divulgado hoje pela editora.

O crime de Bernardini acarreta uma pena máxima de 20 anos de prisão. Ele será sentenciado em abril em um tribunal federal de Manhattan.

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