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Marcius Melhem encostava pênis nos atores e insinuou sexo oral, afirmam vítimas

OUTRO LADO: Humorista negou qualquer assédio sexual enquanto esteve na Globo e falou em golpe ao Metrópoles

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São Paulo

Quatro mulheres e sete testemunhas do caso Marcius Melhem mostraram, pela primeira vez, suas identidades e reforçaram as acusações de assédio sexual contra o ex-diretor do núcleo de humor da Globo, em entrevista concedida ao jornalista Guilherme Amado, do site Metrópoles.

Segundo o grupo, a decisão se deu, porque as vítimas estariam passando por um processo de descredibilização, capitaneado por Melhem.

Marcius Melhem, Marcelo Adnet e Dani Calabresa nos bastidores do programa 'Tá no Ar' - Arquivo pessoal/Dani Calabresa

A Dani Calabresa se juntaram as atrizes Renata Ricci, Georgiana Góes, Veronica Debom e Maria Clara Gueiros, as roteiristas Luciana Fregolente e Carolina Warchavsky, os diretores Mauro Farias e Cininha de Paula, além dos atores Marcelo Adnet, ex-marido de Dani, e Eduardo Sterblitch.

Num vídeo, as atrizes afirmam que, durante as gravações, Melhem forçava beijos de língua, encostava nos colegas com o pênis ereto e manipulava seus subordinados, como se nada daquilo passasse de uma brincadeira.

Em seu relato, Debom disse ter ocorrido um episódio de importunação sexual, depois de uma atuação numa filmagem. "O Marcius olhou para mim e falou assim ‘você fez bem essa cena, você é talentosa'. 'E pensar que você estava escondida em outra emissora, né? Você me deve um boquete!'", disse a atriz.

Num segundo vídeo, Melhem rejeita todas as acusações, embora acredite que pudesse ter se comportado de outra maneira. "Em perspectiva, tive comportamentos e fiz brincadeiras que, como chefe, eu não faria", afirmou. "Nunca encostei pênis ereto ou forcei beijo, no ambiente de humor acontece brincadeira para caramba." Em dado momento, o ator chegou a classificar como golpe a acusação de assédio sexual.

Dani Calabresa, por sua vez, disse que está em curso uma estratégia de desqualificar o relato das mulheres. "Tem estratégia, e a estratégia é descredibilizar as vítimas, desqualificar as mulheres. Então, ‘essa é uma amante vingativa, essa é uma ex-namorada louca, essa é uma ‘ambiciosa que quer fama’, ele inverte, tenta confundir a opinião pública e tenta manipular as narrativas para dizer que são todas loucas."

Segundo a atriz, o recurso usado pela defesa, de apresentar mensagens trocadas entre Melhem e as atrizes causa desestabilização emocional nas vítimas, que teriam narrativas tiradas do contexto. No vídeo, Dani reforçou ainda sua versão sobre o projeto que apresentara a Melhem, um telejornal humorístico para ser exibido nos canais por assinatura Multishow ou GNT.

Melhem negou a proposta e, de acordo com Dani, a impediu de aceitar convites para novelas. "Além de não me liberar, ele me aprisionou no 'Zorra', você demora para perceber que aquilo estava errado, porque eu era tão feliz trabalhando lá, ele manipulava tudo para a gente achar que ele estava cuidando da gente", disse Dani.

Marcelo Adnet afirmou que a atriz jamais teve a intenção de expor a história para a imprensa. "Ele transformava as relações profissionais para a vida dele. ‘E a sua vida? E os seus amigos? E o seu tempo livre?’", afirmou o ator. Como exemplo, Luciana Fregolente lembrou uma vez que Melhem chamou todos os roteiristas para entrar numa jacuzzi, em sua casa de campo, em Mauá, no interior do Rio de Janeiro.

No vídeo de defesa, Melhem disse que deveria ter tido um treinamento da Globo para ser chefe, por não estar acostumado com a posição hierárquica de comando. Também afirmou ser absolutamente normal misturar as vidas profissional e pessoal, num ambiente de criação artística. "Foi uma acusação construída e ela foi mal construída", disse ele.

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